Realização de exames médicos é incerta

Testes dermatológicos, antes feitos no CEPE, passaram a ser executados em lugares fora da USP

Desde o dia 1 de fevereiro, o Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP) parou de realizar o exame dermatológico que permitia a alunos e funcionários utilizar o complexo aquático do local. Para facilitar o acesso da comunidade USP às piscinas, a Liga Atlética Acadêmica da Universidade, a LAAUSP, passou a promover mutirões para que os interessados conseguissem um atestado médico declarando que eles estavam aptos para frequentar o conjunto. O último evento foi no dia 17 de março.

Para acessar os trampolins e piscinas, é necessário passar por um exame que observa se não há nenhum problema dermatológico que possa chegar aos outros usuários pelo uso da área comum. Antes, o teste podia ser feito em uma das salas do complexo esportivo. Lá, se nada fora do normal fosse encontrado pelo médico, o usuário ganhava um selo para colar na carteirinha, o que permitia o uso da parte aquática. No entanto, desde o fim dos exames no local, os interessados devem arrumar um atestado de fora que siga as especificações colocadas no site do CEPE.

Com o intuito de facilitar todo esse trâmite, a LAAUSP começou a realizar mutirões para suprir o papel que antes era desempenhado pela administração do CEPE. “Eles não podem pagar um médico que não é de fato funcionário concursado, só que a entidade pode, e assim fizemos. A principio a ideia era somente para os calouros que iriam competir o Bichusp. Depois estendemos isso para qualquer pessoa (funcionário ou aluno) que quisesse a facilidade do exame”, contou Vinicius Rolim, diretor geral de esportes da liga.

Para o mutirão, o médico chamado foi o mesmo que já trabalhava no CEPE. Nesse esquema, ele recebe R$ 80 pela hora do plantão e o dinheiro é retirado da taxa de R$ 20 cobrada dos usuários. A comunidade demonstrou satisfação com a iniciativa e na página da LAAUSP em uma rede social é possível observar as pessoas questionando sobre as eventuais próximas oportunidades para realizar o exame.

Mesmo após dois mutirões de sucesso, a entidade passa por um dilema. A administração do complexo esportivo deixou de disponibilizar o teste porque uma resolução da USP afirma que a instituição CEPE não pode efetuar pagamentos de terceiros, então permitiu que a LAAUSP desempenhasse este papel. No entanto, a diretoria pediu que o mutirão não aconteça mais.

Matheus Romero, aluno da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e membro da equipe de natação da unidade, pondera que, “sendo mais difícil de fazer o exame, a tendência é que quem queira frequentar a piscina esporadicamente pense duas vezes se vale a dificuldade”. Vinicius Rolim afirma que a LAAUSP segue conversando e negociando para tentar fazer novos mutirões de exames dermatológicos na USP.

Por Paula Thiemy