Centros acadêmicos se reunem para discutir a greve

O evento reúne alunos de todos os campi da USP para discussão de pautas da Universidade

No último sábado, 21 de maio, aconteceu na Escola de Enfermagem da USP mais uma edição do Conselho de Centros Acadêmicos, mais conhecido como CCA. A reunião deliberou que as pautas dos campi do interior devem estar incluídas na carta sobre a greve, que vai ser entregue à reitoria. O Conselho é liderado pela gestão do Diretório Central dos Estudantes da USP, o DCE, e convida todos os centos acadêmicos a se reunirem em um só dia para que ocorram discussões e integração entre os CA’s e com o próprio DCE. A reunião é também uma oportunidade para que os campi do interior conversem com os da capital. No total, representantes de 17 centros acadêmicos compareceram ao evento. “Tentamos fazer a reunião pelo menos uma vez por mês, mas em alguns momentos nós convocamos com mais frequência. Como votamos a favor da greve, achamos importante fazer um encontro extra”, explica Natália dos Santos, estudante de enfermagem que faz parte da atual gestão do DCE.

Conselho reuniu alunos de todos os campo da USP
Estudantes conversam sobre pautas deliberadas durante Assembleia Geral

Os participantes ressaltaram a força da greve, e que acreditam que o movimento estudantil deve se unir no momento, para que, de fato, as melhorias sejam efetivas. “Essa greve tem uma força muito especial nos cursos que nunca se mobilizam e estão se mobilizando dessa vez, como é o caso do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas), que agora vai parar”, comenta um dos representantes. Outra surpresa é a Faculdade de Ciências Farmacêuticas: “Vamos paralisar por cinco dias na semana do dia 15 de junho e a nossa principal pauta é o Hospital Universitário (HU). A assembleia estava cheia, as pessoas estavam bem dispostas a paralisar, o que não esperávamos. 105 alunos estavam presentes, foi histórico”, diz uma estudante do curso.

A carta de reinvindicação da greve USP 2016, aprovada na Assembleia Geral dos Estudantes no dia 19 de maio, foi lida ao final do encontro. As principais pautas propostas englobam os cortes na educação, cotas, permanência estudantil, contratação, o HU e a criminalização do movimento estudantil. Os representantes do DCE sugeriram que a carta fosse levada para as assembleias de cada curso para que, assim, cada um pudesse acrescentar suas próprias deliberações antes da entrega do documento.

Como o CCA é uma das poucas oportunidades em que os campi do interior podem se unir aos da capital, um representante leu as pautas das faculdades de Ribeirão Preto, São Carlos, Pirassununga e Lorena. Entre elas, se destacam:

  • Reabertura das vagas ociosas nas moradias de Ribeirão Preto
  • Construção de moradias estudantis em Lorena
  • Mais circulares em Ribeirão Preto e Pirassununga
  • Mais circulares entre os campi São Paulo e Lorena
  • Que os prefeitos dos campis de Ribeirão Preto e São Carlos sejam escolhidos pela comunidade universitária, não pelo reitor
  • Não a terceirização do bandejão em Pirassununga

Até o fechamento desta edição, o campus de Ribeirão Preto estava paralisado e estudantes em greve acampavam na diretoria da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da cidade. Em São Carlos, as atividade estavam paralisadas e com indicativo de greve.