Reformas dificultam treinos para o Interusp

As reformas dos prédios das quadras cobertas do CEPEUSP (chamados “módulos”), que começaram em meados de abril e durante as quais eles não poderão ser utilizados, têm causado algumas complicações nas agendas de treinos na Universidade. Com a proximidade do Interusp, marcado para o feriado de Corpus Christi, em fins de maio, as Associações Atléticas Acadêmicas da USP encontram dificuldades para praticar com a frequência tradicionalmente exigida pela competição.

Como todos os módulos estão sendo reformados ao mesmo tempo, apenas as quadras externas poderão ser utilizadas. Com essa redução do número de quadras abertas, a LAAUSP (Liga Atlética Acadêmica da Universidade de São Paulo), responsável pelo agendamento e distribuição do tempo de uso dos espaços pelas Atléticas, encontrou como uma das soluções a divisão das quadras externas entre dois times simultaneamente. De acordo com Viviane Souza do Nascimento, diretora da Associação Atlética de Farmácia – Bioquímica, essa solução ainda não é ideal. “Essa adaptação colocou modalidades em quadras improvisadas que não tem a marcação específica”, diz Viviane. “E o vôlei, que é dependente de quadra inteira, é a modalidade mais afetada”.

Reformas no Cepe prejudicam treinos de diversas equipes. (Foto: Marília Fuller)
Reformas no Cepe prejudicam treinos de diversas equipes. (Foto: Marília Fuller)

Equipes que antes treinavam três vezes por semana agora têm dificuldades em encontrar qualquer horário disponível. Muitas atléticas estão procurando quadras externas à Universidade para alugar por um preço acessível, para conseguir cumprir suas metas de preparação para os campeonatos de que participam. A maior dificuldade é arcar com essa despesa, uma vez que o orçamento comum não prevê esses gastos e a maioria das atléticas não costuma ter grandes reservas no caixa. “Muitos times até se disponibilizam para pagar, porém outras despesas pessoais e mesmo com o time limitam o valor que pode ser direcionado a isso”, segundo Vivian.

Flora Pfeifer, diretora da Associação Atlética Acadêmica Visconde de Cairu, da FEA, reconhece os mesmos problemas. “Alguns times, que já treinavam em lugares fora da USP, estão tornando estes os treinos principais, e os que não treinavam estão procurando locais para treinar fora”. Ao mesmo tempo, as atléticas concordam com a necessidade das reformas: “A reforma dos módulos deve ser algo ótimo, melhorando o nível das instalações esportivas no meio universitário, que é o que a gente tanto preza, investimento no esporte de base”. O problema, continua Flora, seria o timing; as obras começaram no meio do ano esportivo e, portanto, na reta final para o Interusp.

O diretor do CEPE, professor Emílio Miranda, aponta os benefícios da reforma. “Estamos reformando o telhado dos módulos, é necessário remover toda a estrutura metálica, e por segurança e rapidez na obra tivemos de suspender o uso das quadras. Não teremos mais chuva nos módulos e vai ser possível reformar outras quadras internas”.

O professor informa que os horários de funcionamento das instalações foram ampliados para atender à maior demanda, se estendendo das 7h às 23h horas, de segunda a sexta-feira. “Acredito que isso esteja atendendo às necessidades, pois não recebemos nenhum questionamento das Atléticas ou da LAAUSP”. As reformas devem durar até fevereiro do ano que vem.

Felipe Marquezini