“A USP não pode ficar em cima do muro”

Para o professor Vinícius Romanini, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), a USP não pode se abster do debate político. Por isso, ele participou da criação do projeto “ECA pela Democracia”, um grupo suprapartidário de alunos, professores e funcionários, que organizou debates políticos.

Doutor em semiótica, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva (SBCC) e formado em jornalismo pela USP, Romanini comenta, em entrevista ao Jornal do Campus, a cobertura da mídia em relação ao impeachment de Dilma, a postura da ECA diante do momento político brasileiro e o movimento grevista na Escola.

“Por que não ocupa a reitoria então? Quer preocupar alguém, então ocupa a Poli”
“Por que não ocupa a reitoria então? Quer preocupar alguém, então ocupa a Poli”

A cobertura da mídia esteve extremamente em pauta durante o processo de impeachment nas redes sociais e nas manifestações, com dizeres como “Fora Globo”. Enquanto isso, faculdades tradicionais como a Sanfran se colocaram ao longo do processo no que tange à questão jurídica. Acha que a ECA como escola de Comunicações precisava ter se posicionado mais fortemente em relação à cobertura da mídia?

A ECA foi uma decepção para mim. Fui formado no CJE (Departamento de jornalismo e editoração), professor no CJE. E eu percebi como a Escola não teve capacidade crítica e nem iniciativa de propor um debate –salvo a iniciativa de alguns alunos e professores, mas não foi algo institucional. E com a posição de prestígio da USP, espera-se que ela seja capaz de fomentar o debate. A ECA deveria ter um congresso, um ciclo de seminários, atividades contínuas para discutir o papel da mídia no processo político de impeachment. Nós estamos em São Paulo! Devíamos trazer especialistas, a maior parte dos pensadores estão na universidade, a algumas centenas de metros da Escola. A ECA foi absolutamente inexpressiva, quase inexistente, não teve nenhum papel relevante nesse processo. E a USP não pode ficar em cima do muro, jamais. Mas deve, sim, chamar os dois lados para debater. A gente não teve capacidade de chamar o André Singer, um dos maiores especialistas em lulismo, o Eugênio Bucci… Vamos chamar gente da imprensa, ex-alunos nossos. Por exemplo, o João Gabriel, meu colega de curso, ele é diretor da redação da Época. Como a gente não chama essas pessoas da imprensa que foram ex-alunos? Como a gente não organiza o circulo de debates? Para que, então, serve a ECA?

Por que a nós não conseguimos chamar essas pessoas e organizar debates?

Essa é uma pergunta que a gente pode começar a se fazer. A minha angústia me levou a criar o “ECA pela Democracia” e eu fiz questão de chamar primeiro para debater o Laurindo, ex-professor da ECA, e um dos maiores especialistas brasileiros em monopólio midiático. Por que o CJE não fez isso? Por que a Escola não fez isso? Se um especialista em comunicação e arte não tem nada a dizer pro Brasil nesse momento, ele não tem mais função. A história do Brasil está sendo narrada pela mídia e a gente não tem nada para dizer, então, qual é a nossa razão de ser?

Deixamos de nos mobilizar porque a ECA não teria prestígio, como, por exemplo, a São Francisco?

Se você não faz você nunca vai ter prestígio. Não fazemos porque não temos prestígio ou não temos prestígio por que não fazemos? O prestígio é uma decorrência das ações, a gente tem que começar provando o que a gente sabe fazer.

Como o senhor avalia o papel da mídia hegemônica no processo do impeachment da presidenta Dilma?

Nos últimos anos, em especial desde a reeleição de Dilma, a mídia brasileira se comportou de forma muito homogênea. Todos os veículos familiares se alinharam em uma crítica ácida ao governo, em um fortalecimento dos atores que estavam se contrapondo ao governo. E, no meu entender, o jornalismo brasileiro sucumbiu. Nós não temos hoje no país mais um patamar de credibilidade para o jornalismo tradicional. O jornalismo brasileiro atualmente não pode ser considerado normal, nós temos uma atipicidade. E quem diz isso não sou eu apenas –um professor da Escola de Comunicações e Artes– a gente vê na cobertura internacional e na crítica que os próprios especialistas de mídia em outros países, que acompanham o processo político brasileiro. Todos eles expressam essa preocupação de que a mídia brasileira em geral, e em especial o jornalismo, deixaram de desempenhar aquele papel que se considera desejável em uma democracia.

 

E que papel seria esse?

Primeiro você apurar. O jornalista não pode ser meramente um reprodutor de versões que são externalizadas a partir de protagonistas interessados. É uma ilusão você achar que existe neutralidade em qualquer dimensão política. Todos esses atores que foram protagonistas — Ministério Público, Polícia Federal — nos últimos anos no desenrolar dos fatos têm uma agenda, uma concepção de política, de sociedade, uma autoimagem do seu papel. Cabe ao jornalista, sendo ele também um interessado e sabendo que ele tem responsabilidade social de relatar essas tensões de forma que seu público possa ter uma opinião informada, não receber informações ou notícias desses agentes interessados e repassar para o p público sem que tenha feito o trabalho da checagem, da reportagem, da investigação e da confrontação de versões. O que a gente vê hoje é um jornalismo completamente refém de atos, operações, decisões, vazamentos de trechos de delações, nos quais o jornalista deixou de apurar a veracidade dos fatos, de fazer o confrontamento das opiniões. Deixou de fazer o seu trabalho, que é o da investigação antes da publicação.

 

O senhor acha que isso é um problema específico do jornalismo brasileiro? Não teria a ver com a sede de dar o furo?

Quem dá furo hoje são os veículos que tem plataforma digital, uma revista semanal não dá furo –e nem é a função dela fazer isso. Uma coisa é você noticiar primeiro na plataforma digital que a polícia federal está investigando uma ação ou que houve o vazamento de um determinado trecho. Depois que isso acontece o que se espera é, nas versões impressas ou nas versões que você tem maior possibilidade de ampliar o escopo da reportagem, que se tenha um aprofundamento. Mas como hoje nas redações as plataformas, digitais e impressas, são todas realizadas pelas mesmas pessoas, essa segunda parte, que seria a essência do jornalismo sério, investigativo, de reportagem, isso deixou de acontecer.

 

Falou-se muito em golpe. Para o senhor, o impeachment de Dilma configura, de fato, um golpe?

Eu concordo inteiramente que é um golpe, não só porque o impeachment não está fundamentado em um crime de responsabilidade –eu não vejo as tais pedaladas, essa movimentação orçamentária fiscal sempre foi a norma no país. Dizer que isso agora configura um crime de responsabilidade é certamente um pretexto. Depois, a Justiça se pauta pela presunção de inocência. Se você tem uma acusação que ainda não se materializou de forma clara, você primeiro afasta e inicia o processo de punição antes de eventualmente apurar a veracidade dos fatos? Então, certamente nós regredimos nesse aspecto.

E o terceiro aspecto que me faz caracterizar isso como um golpe, é que o vice que assumiu, o Michel Temer, inverteu todas as políticas do governo eleito em uma semana. Nós fizemos uma eleição que não valeu. Em uma semana toda a construção de um projeto político de poder que foi vencedor em eleição foi anulado. Isto é golpe, porque um vice eleito numa chapa que defende continuidade de certas politicas não pode assumir como provisório e, na semana que assume, desconstruir todas as políticas que foram implementadas nos últimos 13 anos.

 

O jornalista Bernardo Mello Franco escreveu em sua coluna na Folha de S.Paulo que a posse de Temer como presidente interino é a mais brusca guinada ideológica na presidência desde Castello Branco. O senhor concorda com isso?

Claro, porque remete ao que eu acabei de dizer. Esse governo é ilegitimo, porque essa guinada ideológica não tem nenhuma legitimidade democrática. Tem a legitimidade dos interesses que arquitetaram, em uma clara conspiração de corte. Precisamos ver quem é a figura de Michel Temer, na última eleição da qual ele participou, ele foi o deputado federal menos votado no estado de São Paulo. Ele é o presidente do PMBD que nada mais é uma agremiação fragmentada em muitos pedaços, em uma agremiação desse tipo, o presidente nunca é forte. O PMDB nunca escolhe presidentes fortes, ele sempre escolhe um presidente fraco e que tenha um poder de articulação de bastidor, então esse é o Michel Temer –uma figura política fraca, sem sustentação, sem base orgânica, você nunca vai encontrar quem votou nele.  Essa pessoa tem capacidade política, não tem base de representação, mas a capacidade que ele tem de transitar no baixo clero clero do PMDB e fazer os acordos de distribuição é o que mantem ele no cargo. Mas é uma figura apagada, ninguém no PMDB considera o Temer um grande líder, como Eduardo Cunha, por exemplo. Temer já está no bolso de Cunha desde o primeiro momento, Temer é um fantoche no jogo político, mas ele é a pessoa que estava lá e ele soube aproveitar o momento.

 

Como o senhor avalia a primeira semana de cobertura midiática em torno do governo Temer?

O Temer assumiu e eu abri o portal da Globo. Fiquei me perguntando se eles seriam tão descarados e mudar no primeiro dia. Uma semana antes, tinha uma matéria da “tragédia” do dólar alto, como acabava com o sonho da classe média de viajar. No dia seguinte da tomada do poder, havia uma matéria sobre o turismo brasileiro, como o dólar alto era maravilhoso para o turismo brasileiro. É tão descarado que é patético, não dá para levar a sério.  

 

O senhor acha que isso é um problema específico do jornalismo brasileiro? Não teria a ver com a sede de dar o furo?

Quem dá furo hoje são os veículos que tem plataforma digital, uma revista semanal não dá furo –e nem é a função dela fazer isso. Uma coisa é você noticiar primeiro na plataforma digital que a polícia federal está investigando uma ação ou que houve o vazamento de um determinado trecho. Depois que isso acontece o que se espera é, nas versões impressas ou nas versões que você tem maior possibilidade de ampliar o escopo da reportagem, que se tenha um aprofundamento. Mas como hoje nas redações as plataformas, digitais e impressas, são todas realizadas pelas mesmas pessoas, essa segunda parte, que seria a essência do jornalismo sério, investigativo, de reportagem, isso deixou de acontecer.

Mas isso não é generalizado também. Alguns veículos brasileiros mantiveram a atenção, por exemplo o Valor Econômico, que embora seja um veículo ligado ao interesse do mercado financeiro e produtivo,  é um veículo que manteve, deu todos os fatos e fez análises críticas, mesmo assumindo o seu lugar de fala, mas fez análises bastante aprofundadas. O El País, que não é órgão originariamente nascido no Brasil, mas que tem uma versão em português, certamente deu um banho e foi de longe o veículo de informação que cobriu melhor os bastidores e os jogos de interesses que estavam permeando os acontecimentos. Gostei muito da cobertura da Carta Capital, que, embora seja um veículo de esquerda, é muito crítico aos governos do PT e, portanto, trouxe análises que eram críticas a ambos os lados da disputa. O Infomoney, que é um site voltado fundamentalmente para o mercado de ações –como o mercado de ações não tem interesse em jogo ideológico, porque o que interessa são os fatos para você balizar no final do dia se você compra ou vendo, o Infomoney não pode fazer o jogo baixo da política, então o que aconteceu, se você pega o histórico do noticiário, da eleição a reeleição da Dilma, ele manteve nas suas análises uma proximidade maior com os fatos do que veículos tradicionais como Época, Veja, Isto É, que assumiram um discurso panfletário e ideológico, que deixou de ser jornalismo. Esses veículos tradicionais, Estadão, mesmo a Folha de S.Paulo –eu fui leitor da Folha durante muito tempo, deixei de ser recentemente, e você não sabia mais para a onde a Folha estava indo, ela estava completamente de barata tonta no processo.

 

Jornal do Campus – O senhor organizou o projeto “ECA pela Democracia”. Como ele funciona?

Prof. Vinicius Romanini – O “ECA pela Democracia” é um grupo de pessoas que une professores, alunos e funcionários. Ele não tem uma formalização, ou seja, nós fazemos alguns encontros, nos comunicamos via redes sociais e o que a gente faz é debates, a gente vem criando ações de debates políticos. É só para deixar claro que não é uma iniciativa minha, não é que eu estou liderando. É um grupo que nasceu de discussões, inclusive ele tem uma origem muito mais no curso de ciência política do professor Gustavo do que na verdade nos meus cursos, embora nós tenhamos alunos comuns. São cursos em que esses temas são naturais e aparecem, os alunos comuns acabaram por fomentar essa ponte e a gente tem agora uma série de ações, dais quais boa parte delas vem de sugestões dos próprios alunos, como a vinda do Haddad. A gente acabou de fechar com a Erundina, estamos discutindo uma data para ela vir. Não é um grupo do PT, ou focado necessariamente neste ou naquele tema. O que nos une: somos contra o impeachment, contra o governo Temer –não o consideramos legítimo– e nós estamos lutando pela retomada da normalidade democrática no país.

 

O “ECA pela Democracia” se colocava também contra o impeachment da presidenta Dilma. O que vocês defendem agora? Qual o caminho a seguir?

Esse governo não tem legitimidade, eu não acredito que ele vá perdurar. Imagina se o Michel Temer tivesse sido eleito. Com ele tendo oito ministros investigados e um líder de governo investigado por homicídio, já daria teríamos uma comoção nacional enorme, gente na rua e pedido de impeachment bem mais forte do que com Dilma. Se fossemos coerentes na imprensa já deveríamos ter tido uma revolta muito maior do que a que levou o afastamento da Dilma. Nesse momento não há a menor possibilidade de legitimar esse governo. Eu espero que as pessoas vão pra rua, os movimentos sociais se organizem, até que ele renuncie e se convoquem novas eleições ou que a Dilma reassuma e convoque novas eleições. E o que eu gostaria era que elas casassem com uma reforma política. Não adianta a gente fazer novas eleições e eleger um conjunto de forças só com os nomes das pessoas trocados e continuar vivendo em instabilidade política sem resolver os problemas, porque o sistema politico brasileiro necrosou. Ou o estripamos, ou morremos com ele. Não há possibilidade de passar pomada num membro necrosado.

 

O Ministério da Educação foi entregue ao DEM e o MinC, chegou a ser extinto por uma semana –com a pressão dos artistas, o governo interino voltou atrás. Mas, mesmo assim, durante as ocupações da Funarte os artistas disseram não querer um MinC dentro de um “governo golpista”. O que significa para a USP, e mais especificamente para a ECA, esses ministérios no governo interino?

Eu acho que todo o campo da cultura, das comunicações e das artes está sendo brutalmente afetado. E não são coisas brandas, há um processo de intervenção na EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), criada no governo Lula nos moldes da BBC inglesa. Na criação da EBC estabeleceu-se que presidente da empresa seria escolhido na metade do mandato de um presidente da República para, justamente, não coincidir. A empresa não é um órgão da secretaria de comunicação do governo, a presidência é referendada pelo conselho curador. E a primeira coisa que o Temer fez foi exonerar o presidente e colocar uma pessoa que foi coordenadora da campanha do Aécio Neves. Isso vai mostrando como é um processo golpista, passa até por cima da legislação da EBC.

Agora, a diminuição da esfera da cultura é algo tipico de governos sem apoio popular. A cultura é o campo da diversidade, do debate, de contestação. A cultura jamais é submissa, ela  sempre expressa um desconforto, sempre contra o poder vigente. Quando reduzem o status do MinC estão marretando a parte da sociedade que exercita novas formas de diálogo, de pensamento critico. Isso é tipico de governos golpistas, atingir a cabeça crítica do país. É um retrocesso imenso.

E o Ministério da Educação mostra como a educação é vista por esse governo. Os governos do PT tiveram avanços , mas também problemas sérios ao lidar com a educação do país. Entre os avanços podemos citar a criação de universidades e de cursos técnicos, o Fies, os programas de apoio. Mas qual é o problema? Como a educação é muito estadualizada e municipalizada, o governo criou políticas de financiamento que favoreceram grandes grupos econômicos, que criaram universidades de baixa qualidade basicamente para ganhar dinheiro com financiamento público e das mensalidades dos cursos. O que representa o DEM? É abrir esse filão do mercado e entregar esses 50 anos de deficit educacional que representa bilhões de investimentos para aqueles que se organizaram em lobby e antes tinham a regulamentação do governo e agora eles vão poder agir nas praças onde o dinheiro circula mais.

 

E a respeito do MinC, falta uma posição da ECA?

Agora diante do MinC, teve algum comunicado? Os departamentos de arte fizeram um comunicado? Sequer manifestaram preocupação.

 

Por que a imprensa brasileira se colocou contra o PT?

A organização da imprensa brasileira é feudal, é um coronelismo, nós temos capitanias hereditárias dominando o espectro. As transmissões da TV e do rádio ocupam um espectro físico semelhante ao do território, porque ele é limitado. As empresas que hoje dominam a imprensa brasileira conquistaram essas concessões lá atrás e hoje consideram a concessão e a posse um direito eterno, algo que vão deixar de legado para os seus filhos, quando na verdade não é isso. A imprensa brasileira se organiza em torno de poucas famílias, poucos grupos econômicos, que estão alinhados na forma de defender do funcionamento do mercado –liberal– e são totalmente dependentes do Estado. Essas famílias são contrárias a processo de regulação da mídia, porque afetaria a lei antitruste, se ela fosse aplicada às empresas de comunicação um jornal não poderia ter uma televisão, uma televisão não poderia ter rádio, jornal e revista. Os mesmos comentaristas estão na TV, no rádio, têm colunas nos jornais e nas revistas. O monopólio impede que haja diversificação de posição, o que não é bom pra todo mundo. A diversidade favorece a sociedade.

 

Como o senhor vê a mobilização neste começo de greve e, especificamente na ECA, a ocupação do prédio central? É um período fértil para organizar debates, por exemplo?

Eu acho que o movimento estudantil é importante, é dele que nascem novas lideranças, eu não gosto da criminalização do movimento estudantil. O movimento estudantil pode até cometer erros por imaturidade ou excesso de entusiasmo. Eu, particularmente, acho que a ocupação é um erro, é o resultado do fracasso na negociação. Não dá para entrar em greve e já ocupar. Começa-se tentando discutir, não deu? Vamos paralisar. Não deu? Vamos fazer greve. Não deu? Vota uma medida drástica que é a ocupação, como os secundaristas fizeram –o governo não os ouviu, e sim baixou um decreto, os estudantes tentaram reverter, mas não conseguiram e daí ocuparam. Mas, pelo o que eu saiba, a diretoria da ECA não baixou um decreto assim autoritário. A ocupação parece desproporcional ao movimento, um movimento que começou muito bem e está crescendo. Notei mais gente nas assembleias, há um arejamento, o movimento está com maior representatividade. Eu vejo com bons olhos, acho que o momento político do país exige esse tipo de movimento, mas a ocupação foi precipitada.

 

Mas a ocupação no prédio central não visa justamente pressionar as instâncias mais superiores, não necessariamente a diretoria da ECA?

Por que não ocupa a reitoria então? Quer preocupar alguém, então ocupa a Poli. A gente é o rato que ruge. E a  ECA não pode ser o rato que ruge, mas não somos o eixo do financiamento da produção acadêmica. Vamos ocupar a Letras e a ECA e esperamos mudar a USP?

 

E o que o “ECA pela Democracia” vai fazer a partir de agora?

Aproveitando o movimento de greve, vamos mudar a dinâmica e vamos transformar em aulas públicas. A Erundina já confirmou com a gente. Queremos chamar o Safatle, a Djamila. Pessoas da esquerda que não sejam muito focadas no PT para ampliar o debate e sair desse núcleo menor da defesa do governo Dilma para criticar o governo Temer.