Centro de Convenções é aberto ao setor privado

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O Centro de Convenções da Universidade de São Paulo, localizado nas proximidades do Portão 3, será entregue à iniciativa privada com o objetivo de gerar receita e desonerar a universidade de investimentos e despesas com a manutenção de equipamentos.

De acordo com Rudinei Toneto Junior, coordenador da Administração Geral da Universidade, “a concessão visa à conclusão de um empreendimento de grande porte para a USP e para a comunidade e a uma melhor utilização do local, sem desviar os recursos da Universidade de suas atividades-fim”.

A empresa responsável pela obra afirma que as atividades estão paralisadas desde o ano de 2014, e que o prédio encontra-se 70% concluído. A Universidade estima que a finalização da obra necessite de um investimento de R$ 60 milhões para os gastos com adequação das áreas do entorno e do estacionamento externo e acabamentos como forro, acústica e itens de auditório. Atualmente, o Centro compreende um prédio de 36 mil metros quadrados, e é composto por três auditórios, sala de projeções, estrutura para a instalação de restaurantes, área para cozinha e três andares de estacionamento para 700 veículos.

Outros campi da Universidade possuem centros como o do Butantã. Em Ribeirão Preto, a obra de 5 mil e quinhentos metros quadrados custou cerca de R$ 15 milhões, resultado da soma de R$ 3,5 milhões por meio de emendas parlamentares com o repasse de R$ 9,5 milhões na gestão Rodas e R$ 2 milhões na gestão anterior.

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Ângulos da construção do Centro de Convenções (Fotos: KFProjetos/Divulgação)

Tonedo Junior diz que a concessão é uma alternativa válida para evitar que a obra contribua para crise orçamentária da USP, uma vez que sua conclusão e despesas constantes exigiriam grande investimento. O coordenador também afirma que a gestão do Centro foge das atividades-fim da Universidade: “a gestão eficiente de um centro como este requer mão de obra altamente qualificada, com profundo conhecimento comercial e técnico deste segmento de negócios, a fim de garantir uma taxa de ocupação que viabilize o custo de manutenção e gestão. Consideramos que a Universidade não tem vocação para uma gestão eficiente deste tipo de empreendimento”.

No dia 13 de junho, foi realizada uma audiência pública para a concessão de direito de uso e exploração do Centro de Convenções. A reunião teve como principal objetivo esclarecer aos interessados quais os principais aspectos da contratação, além de obter dados, sugestões e críticas a respeito da concessão de direito de uso e exploração do Centro. O edital de concorrência encontra-se em aberto até a presente data.

A licitação, que deve ocorrer em setembro, estabelecerá que a empresa vencedora será responsável pelo pagamento do valor mínimo equivalente à taxa administrativa de R$ 250 mil por mês. Entretanto, será escolhida a empresa que fizer a maior oferta à Universidade, que também cobrará 1% do faturamento bruto do Centro de Convenções. O contrato, com duração de 30 anos, também define o prazo máximo de 12 meses para o fim da obra.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho, considera irrisório o repasse de 1% do faturamento bruto para a Universidade. Magno também critica a construção da obra: “já faz tempo que essa crise vem se arrastando. Tem faculdade precisando de sala de aula, de equipamento, de contratação de professores e funcionários. Mesmo assim, a USP vem se dedicando a construção de obras faraônicas e sem relação direta com o ensino e a pesquisa, que devem ser as prioridades de uma universidade”.

Por Marcos Nona