Crise econômica afeta os Jogos Regionais

Atletas da seleção USP de atletismo representando Nova Odessa, nos Regionais de 2015 (Arquivo Seleção USP)
Atletas da seleção USP de atletismo representando Nova Odessa, nos Regionais de 2015 (Arquivo Seleção USP)

Os atletas e seleções da USP sempre foram bastante requisitados para representar, nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior, as cidades que não possuem atletas suficientes para representá-las em determinadas modalidades. Pela sua participação na competição, o município representado custeava o deslocamento dos atletas até o local de realização do campeonato, e ainda sua estadia e alimentação; mas a crise econômica alterou essa situação. “Este ano fomos pegos de surpresa”, diz Vitor Candido Ferreira de Faria, treinador da Seleção USP de Atletismo, que representa a cidade de Nova Odessa desde 2013. “A cidade não vai ter como custear esses benefícios, o responsável chegou a disponibilizar a própria casa para alojar os atletas”.

Os Jogos Regionais do Interior e os Jogos Abertos do Interior, eventos esportivos organizados todos os anos pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo (SELJ), mobilizam centenas de municípios do estado, que competem nas mais diversas modalidades. Para muitas dessas cidades, tratam-se dos mais importantes eventos esportivos do ano, gerando investimentos na área e oportunidades para seus atletas e treinadores.

A atleta Marina Moraes Leite, aluna do Instituto de Química, treina com o grupo da FEA e participa dos Jogos Regionais do Interior desde 2008. Nesse período, já representou os municípios de Sumaré, Mairinque e Nova Odessa. “As cidades nem sempre custearam o deslocamento até o local onde seriam os jogos, mas sempre providenciaram hospedagem, refeições e transporte interno”, conta Marina. “Muitos alunos têm condições de ir mesmo assim, mas não todos”. Marina ainda aponta que sua modalidade, o atletismo, é favorecida por abranger principalmente esportes individuais, ou seja, pode enviar o número de atletas que for possível sem que isso afete o grupo. Já as equipes têm de se preocupar com a possibilidade de ida de cada um de seus membros.

Os atletas e seleções tiveram de chegar por si próprios a diferentes soluções quanto à participação nos jogos. Bruno Silva e Souza, secretário-geral da Associação Atlética Acadêmica da Faculdade de Direito, diz que não sabe se haverá alunos da faculdade convocados, “mas existe a possibilidade de nossa Atlética promover uma ajuda de custo para os atletas franciscanos que forem chamados, porque nossa atual situação financeira é favorável para tal”. A seleção de atletismo optou por participar, segundo Vitor Faria: “discutimos em nossa equipe e os atletas convocados concordaram em custear a hospedagem e a alimentação para participar dos jogos, é a maior equipe que estamos levando para esse evento, com 32 atletas de diversas faculdades”, conta. “Foi o nosso jeito de tentar driblar essa crise”.

Por Felipe Marquezini