Projetos para antiga sede MAC tardam a acontecer

Leonardo Mastelini

Foto: Liz Dórea
Foto: Liz Dórea

Desde que o Museu da Arte Contemporânea (MAC) foi transferido para o Ibirapuera, sua antiga sede na Cidade Universitária enfrenta um período de irresolução. O prédio, localizado no campus Butantã, foi concedido à Escola de Comunicações e Artes (ECA) no fim do ano passado, mas necessita de adequação orçamentária para adaptar-se às novas atividades.

De acordo com a diretora da ECA, Margarida Kunsch, o local aguarda por serviços como segurança, limpeza e realização de obras nas instalações para ser ocupado de forma plena. O espaço, que deverá ser utilizado pelos departamentos de Artes (Música, Artes Cênicas e Visuais) para exposições, laboratórios e oficinas da graduação e da pós, só deverá iniciar suas atividades completas após o atendimento das solicitações, ainda sem data definida para acontecer.

“Os trâmites que envolvem sua nova utilização por parte da ECA demandaram um tempo maior do que se poderia imaginar”, afirma Kunsch. Segundo ela, a Escola tem mantido contato constante com os órgãos da Reitoria, com a qual teve reunião no início deste mês para discutir a permanência diária de vigilância e controladores de acesso no local. “A recolocação de funcionários para atender esta demanda já foi autorizada e está sendo providenciada para início previsto em setembro”, diz.

Outro problema é a permanência de parte do acervo do MAC, que continua em seu espaço antigo devido a problemas de infiltração na nova sede. O atual diretor do Museu, o biólogo Carlos Brandão, relatou que as providências já estão sendo tomadas para que reserva técnica do MAC seja transferida para o Ibirapuera. Questionada, a assessoria da Reitoria informou que a liberação total do prédio está prevista até o final do ano de 2017.

Apesar da demora no atendimento às demandas, a ECA tem utilizado o espaço para a realização de algumas atividades. Os formandos das Artes Plásticas e Visuais, por exemplo, expuseram seus trabalhos finais entre os meses de dezembro e março. “A utilização está sendo feita aos poucos”, explica Kunsch. “Tudo irá depender das condições de segurança e manutenção e a liberação dos espaços”.

Para projetos que exigem mais recursos, como palco com luzes e camarins, a arquitetura do prédio ainda é ineficiente. De acordo com a assessoria da Reitoria, não há estimativa de custos quanto às solicitações de reformas e obras dos espaços, que serão atendidas na medida da disponibilidade técnica da Superintendência do Espaço Físico (SEF) da Universidade.

Sonho das Artes

Para o chefe do Departamento de Artes Cênicas (CAC), Marcelo Denny, o prédio é uma importante oportunidade para integrar os ensinos das Artes. Segundo ele, unir as atividades de Música, Artes Cênicas e Visuais sob o mesmo teto contribui para o hibridismo, forte característica da arte contemporânea e antigo desejo das Artes. “É o melhor presente de 50 anos que a ECA poderia ter”, afirma.

Membro da comissão responsável por estudar o uso do novo espaço, Denny diz que, futuramente, o local também deverá oferecer cursos de extensão e programações culturais voltadas ao Crusp.