Ex-uspiano expõe na 32ª Bienal de SP

Formado pela FAU, Antonio Malta comenta sobre sua carreira e participação no evento deste ano
Foto: Lidia Capitani
Foto: Lidia Capitani

A 32ª Bienal de Artes de São Paulo está aberta até 11 de dezembro no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, sob o tema Incerteza Viva. O evento conta com 340 obras de 81 artistas, nacionais e internacionais, dentre eles, Antonio Malta Campos, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Em entrevista, Antonio conversou com o Jornal do Campus sobre sua carreira, arte contemporânea e sua participação na edição deste ano.

Antonio Malta Campos tem diploma de arquiteto pela USP, chegou a atuar na área durante os anos 90, porém sua paixão pelas artes plásticas vem de muito antes e persistiu no decorrer de todos esses anos. “Eu tive uma fase importante que foi o Colégio Equipe, onde estudei e conheci a maioria dos meus amigos e colegas artistas da minha geração”. Sua formação artística foi então completada pela FAU: “Acho que a FAU me deu uma formação que não é só de arte, ela é mais ampla, inclui a história da arquitetura, da arte e da tecnologia, tudo isso de uma forma integrada”. Além disso, Antonio conviveu por um tempo com o artista Sérgio Fingermann, formado na mesma faculdade, e aprendeu a fazer gravura em metal. Porém, ele se considera um autodidata: “Eu compro livro, leio o tempo todo, estou sempre estudando”.

Na Bienal, Antonio está com uma série de obras expostas, algumas da série intitulada “Misturinhas” e outras quatro obras grandes. A série começou a ser feita em 2000 e é um trabalho experimental, segundo o artista. “Começou como um trabalho bem despretensioso e continua sendo. Eu paro de pensar e faço o que vier, e o que acontecer, aconteceu. Então tem colagem, tem pintura, tem coisa escrita, é um trabalho totalmente experimental” explica. As misturinhas são uma série com mais de 500 obras, porém apenas 249 estão expostas na Bienal, e de forma cronológica. “É um trabalho que percorre 15 anos, com experiências e fases variadas. Se você pegar um pequeno grupo, vai ver que naquela época eu fazia pinturas coloridinhas, depois colagens, depois voltei a fazer pinturas, depois desenhos e assim por diante”. As obras grandes não fazem parte das Misturinhas, mas a experiência com a série proporcionou uma maior liberdade para experimentar nas telas maiores. “As pinturas grandes demandam muito tempo e planejamento, então é um trabalho que às vezes tende a te restringir e ficar só numa fórmula, e a experiência das misturinhas me permitiu ver que nas pinturas eu poderia experimentar bastante”.

A Bienal reúne artistas de arte contemporânea, movimento que propõe o questionamento sobre o próprio conceito e as definições de arte, tanto que o tema desta edição busca elucidar a incerteza que ronda a arte contemporânea. “Eles [os curadores] estão usando o conceito de incerteza, ou seja, tudo está incerto, nem os artistas, nem os curadores, nem ninguém tem certeza de nada. Dentro dessa ideia, abre-se um leque de possibilidades que se pode explorar como sociologia, política, ecologia, ciência, tudo.”