Funcionária da USP é eleita vereadora

Integrante do Sintusp, Sâmia Bomfim é a vereadora mais jovem já eleita em São Paulo

Estudante da FFLCH, integrante do movimento estudantil, funcionária da Universidade, diretora de base do Sintusp: foram várias as denominações que a tornaram uma representante da USP na sociedade. Agora, Sâmia Bomfim (PSOL) acaba de conquistar mais uma: o cargo de vereadora jovem, feminista e ativista.

A eleição de Sâmia Bomfim à Câmara dos Vereadores não foi a primeira vez em que ela foi manchete nos jornais. No ano passado, ganhou destaque ao ser processada por Alexandre Frota, após o ator contar no programa Agora É Tarde, da Band, uma história em que teria estuprado uma mãe de santo. Sâmia criou um evento online para reunir mulheres indignadas com o episódio. Frota a denunciou por calúnia e difamação.

Em junho, foi expulsa da Câmara Municipal de São Paulo, especificamente de uma sessão convocada para comemorar dois anos da retirada da discussão de gêneros do Plano Nacional da Educação. Ricardo Nunes (PMDB) foi quem convocou a sessão e, também, quem ordenou que os militantes feministas e do movimento LGBT fossem retirados à base de truculência. Hoje, ela brinca sobre o ocorrido em seu perfil no Facebook, afirmando que voltará pela porta da frente.

Em julho, foi convidada no programa Fla-Flu, da TV Folha, para debater sobre feminismo com Sara Winter, que se declara “ex-feminista e ex-esquerdista”. O vídeo viralizou na internet por conta dos argumentos polêmicos de Winter: ela afirmou, por exemplo, que feministas “inventam casos de estupro para promover sua ideologia”.

Na Câmara dos Vereadores, Sâmia enfrentará desafios parecidos: ela é um dos onze vereadores (dentre 55) que se propõem a fazer oposição ao prefeito João Doria. “Meu cargo de vereadora deve estar a serviço das lutas e mobilizações sociais. Muitas delas devem acontecer dentro da universidade, tendo em vista a constante precarização do ensino, dos serviços e do trabalho aqui dentro”, afirma.