Vladimir Herzog ganha estátua em SP

Câmara Municipal instalou a obra “Vlado Vitorioso” na praça dedicada ao ex-professor da ECA
"Vlado Vitorioso" fica na Rua Santo Antônio, centro de São Paulo | foto: Juliana Brocanelli
“Vlado Vitorioso” fica na Rua Santo Antônio, centro de São Paulo | foto: Juliana Brocanelli

No aniversário de 41 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que comandava o telejornal Hora da Notícia, na TV Cultura, e foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, uma estátua foi inaugurada pela Câmara Municipal de São Paulo, na praça que também homenageia Vlado localizada no centro da cidade, próxima da Câmara.

A estátua tem mais de dois metros de altura e é obra do artista plástico Elifas Andreato, que originalmente a desenhou para um prêmio em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, para a ONU. Com o nome de Vlado Vitorioso, e inaugurada em 25 de outubro, a escultura é feita de bronze.

Na inauguração estavam presentes a viúva do jornalista, Clarice, seu filho, Ivo, membros da Câmara Municipal e outros profissionais de imprensa, além do artista responsável pela obra, que declarou: “a nossa geração foi vitoriosa contra a ditadura e o Vlado foi um mártir dessa geração. Então, eu precisava fazer algo que fosse a celebração dessa vitória contra o regime militar que o matou”.

André Freire, Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), conta que a obra tem grande relevância para a organização. “A importância é total para a gente. Assim como tudo que acontece em torno do nome do jornalista Vladimir Herzog, porque ele simboliza uma das lutas do Sindicato que é a luta pela liberdade de expressão, pela democracia”.

A praça, que anteriormente se chamava Divina Providência, foi pensada como uma homenagem ao jornalista, e possui ainda um mosaico com a obra “25 de outubro”, também de autoria de Andreato. O Instituto Vladimir Herzog dá conta de que a praça deverá receber, em breve, uma transcrição com os 1004 nomes dos jornalistas que assinaram e publicaram o manifesto Em nome da Verdade.

Freire relata, ainda, que uma das pretensões do SJSP é instalar no mesmo local uma escultura com o formato de meia lua e rosto, que é hoje o símbolo do Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, com mais de um metro de altura.

Foi no Sindicato que surgiu o Prêmio, e a organização é responsável por sua coordenação até hoje. Freire conta que o SJSP se esforça em fazer parte de tudo o que acontece relacionado ao jornalista “por tudo que ele representa, por ser um grande jornalista que não esmoreceu diante da ditadura militar e exerceu a sua  profissão com dignidade até ser assassinado”, e que a homenagem neste momento é importante porque o jornalismo tem sofrido repressão policial  e de segmentos da sociedade ao exercer o seu papel.