Pós-Ressaca

A Edição 470 chega às mãos uspianas ainda sujas de chocolate. Com uma semana de pausa, as pautas “frias” predominaram e o desafio da equipe foi requentá-las e tornar o resultado um pouco mais atraente aos nossos colegas.

Por sorte, conseguimos a matéria de capa ainda antes do feriado. Miguel Nicolelis participou da aula magna organizada pela Associação de Pós-Graduandos da USP e topou conceder entrevista ao Jornal do Campus. Um prato cheio de manchetes e reflexões sobre ciência, política e sociedade não poderia ficar escondido no meio do jornal e render apenas uma chamada.

Em pauta, a polêmica série 13 Reasons Why e os impactos da comunicação na saúde mental da população. Suicídio é um assunto que pede sensibilidade na abordagem e na escolha de informações. A responsável pela matéria respondeu a isso com muita segurança e cuidado. Nenhum passo dado sem debate em grupo e um texto maduro e sem arestas.

Iniciamos nesta edição uma série de reportagens sobre mobilidade no campus da capital. O número reduzido de circulares, o uso de transportes alternativos e a necessidade de inserir a USP num debate tão caro à sociedade motivam essa discussão, alimentada por estudiosos do assunto e por quem transita diariamente na Cidade Universitária. Paralelamente a isso, persiste o tema dos parâmetros econômicos, cuja aprovação foi ratificada em Conselho Universitário realizado durante a semana santa, sob protestos dos três setores da universidade.

O interior dá as caras na editoria de Cultura, com uma exposição de fotografia em São Carlos.Na mesma página, o lançamento de livro sobre a luta contra o racismo, escrito por um professor da ECA (Escola de Comunicações e Artes) também ganha destaque.

Os apontamentos de nosso ombudsman, João Paulo Charleaux, foram lidos já no fim do processo de produção, mas já começam a ser assimilados. Ouvir o outro lado é tarefa primeira e fundamental no trabalho do jornalista. O “tempo de refletir” do último editorial não acabou, mas ações concretas devem ser tomadas. É momento de falar e ouvir sem medo, apostar na crítica, e trabalhar por processos mais saudáveis e efetivos. A troca com os professores precisa melhorar, e o receio de apontar defeitos tem que ser suprimido. Assim iremos nos ajudar.

Superados alguns problemas e digeridos os ovos de páscoa, apresentamos o terceiro JC de 2017. Esperamos que não seja uma leitura amarga.