Slackline exige concentração e equilíbrio

Slackline: áreas verdes são atrativos para realizar atividade.

Você já deve ter visto pela Cidade Universitária, nos gramados e praças,  pessoas se equilibrando em fitas amarradas em árvores. Essa é a prática do slackline, (do inglês, slack: folga e line:fita, linha) atividade que surgiu como  uma mistura entre o circo e o alpinismo. O número da “corda bamba”, em que o artista equilibrista caminha em um cabo de aço suspenso, passou a ser utilizado também por montanhistas que desejavam aumentar sua perícia no equilíbrio, e também podiam treinar em locais fechados, distante das intempéries climáticas.

O esporte tem se popularizado cada vez mais no Brasil e pode ser praticado por pessoas de qualquer idade, de crianças a idosos. O ex-aluno da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Marcelo Iha, formado em Geografia, é um destes praticantes e participa de grupo com encontros regulares do esporte. Desde os tempos de estudante, ele frequenta o campus e se equilibra no slackline.

De acordo com Iha, o slackline é uma atividade que envolve tanto o corpo quanto a mente. “A prática condiciona sobretudo pernas, músculos inferiores e também a região abdominal e exercita a mente pois exige concentração, paciência e disciplina, além de outras questões como medo de altura, coordenação motora e capacidade de reação”, afirma Iha.

A técnica consiste em amarrar uma fita entre duas árvores ou postes, de forma que fique bem esticada com uma catraca, por exemplo. A fita pode ter largura de 2,5 cm e 5 cm, por onde se caminha, e é feita com material de extrema resistência para aguentar o peso. “A meta básica é caminhar por toda a fita, de uma ponta a outra, mas também é possível arriscar algumas manobras, com saltos e giros usando o impulso da fita”, explica.

Hoje em dia, a prática do slackline é muito comum, encontrada geralmente em meio à natureza, como no campus da USP ou em parques, como Villa-Lobos, Parque do Povo, Ibirapuera e Praça Ayrton Senna (antigo Modelódromo do Ibirapuera, que após reforma da via abrigará o local, com inauguração no dia 1o de maio).

Iha explica que a USP está bem diferente nos últimos tempos na questão da segurança, por causa da segurança,  mas ainda é um dos melhores lugares para a prática do slack em São Paulo. “Além de todos os gramados, áreas verdes e árvores próximas, a USP é um lugar geralmente calmo e silencioso. O Parque do Ibirapuera também é ótimo, mas dependendo do horário, há muito barulho, animais de estimação e distrações, que acabam atrapalhando na concentração e no equilíbrio”.

Questionado a respeito da segurança ele afirma que o slackline é um esporte bem fácil e tranquilo. “O único equipamento necessário é uma fita e a catraca ou mosquetões para amarrar. Além disso, é interessante pela integração, porque pode ser feito em grupo e, mesmo sozinho, acaba atraindo atenção e curiosidade das pessoas ao redor”, explica. “É muito diferente dos ciclistas, por exemplo, que chegam a ter bicicletas importadas de R$ 50 mil pelo campus.”

O slackline resultou até em casamento, pois agora ele está noivo e foi pelo esporte que conheceu a futura esposa.  “Eu estava praticando num parque e ela trabalhando em um evento próximo. Durante uma pausa, ela veio perguntar o que era e se interessou. Mostrei como se equilibrar e começamos a conversar, acho que ela gostou dos dois.”, brinca Iha, que também é ciclista urbano. “Sempre que possível ela me acompanha. Este é o nosso estilo de vida, fazer  atividades ao ar livre e praticar esportes, e a USP é um ótimo lugar para isso!”, finaliza.