Maria Antônia exibe curtas do Festival do Minuto

Os ‘Melhores Minutos de 2016’ ganham sessão especial no vão do edifício

Lorena Ramos, formada pela ECA, ganhou o Troféu do Minuto em 2015. (Foto: Leticia Fuentes)

O Centro Universitário Maria Antônia exibirá, em 23 de maio, os curtas escolhidos como Melhores Minutos de 2016 pelo Festival do Minuto, concurso que premia vídeos de temas variados. Além da seleção, serão exibidas outras séries do festival, como a Mostra Universitária, composta por trabalhos de estudantes e professores, e a Mostra Animação Infantojuvenil, que traz animações voltadas ao público jovem.

O Festival do Minuto foi criado em 1991 pelo cineasta brasileiro Marcelo Masagão. O formato ‒ no qual temas são sugeridos a cada edição ‒ inspirou iniciativas ao redor do mundo, e hoje o concurso está em 50 países. No Brasil, ele conta com o apoio dos governos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, Ministério da Cultura e governo federal.

Em 2005, o festival iniciou um processo para tornar-se permanente. Todas as etapas passaram a ser on-line e novos temas são escolhidos a cada mês. Com a mudança, o acervo quintuplicou ‒ são mais de 35 mil vídeos, distribuídos em mostras temáticas. As maiores exibições fazem parte da Rede Melhores Minutos, que exibe os melhores vídeos do ano em 250 pontos culturais do Brasil ‒ incluindo, nesta edição, o Centro Universitário Maria Antônia. Entre os temas de destaque estão Mapas Sonoros da Cidade e Fazer Cinema.

Lorena Ramos, formada em artes visuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, teve seu curta exibido no início do ano passado. Ela estava no quarto ano da graduação quando decidiu participar, em 2015. “Eu tinha feito um curta autoral com pouco mais de um minuto e postado nas redes sociais. Uma amiga comentou do Festival do Minuto e calhou de ser na época das inscrições. Daí pensei ‘por que não?’”, diz. “Mandei em uma categoria chamada ‘Por quê? Onde? Como’, e em ‘Animação’.”

Pouco tempo depois, entraram em contato. Seu curta havia ganhado o Troféu do Minuto, que elege o melhor vídeo da categoria daquele ano, com base na avaliação de um corpo de jurados e do público. Além de receber uma estatueta, Lorena teve seu trabalho escolhido para aparecer nos Melhores Minutos de 2015.

“Achei muito legal a experiência. Foi um baita feedback e me incentivou a participar mais”, conta Lorena. “Esse curta veio em um momento emocional, de uma vontade de experimentar novos formatos, técnicas.” Trabalho subjetivo que traz uma atmosfera onírica, ela descreve o vídeo como um “filme sobre perdas”.

O curta de Paulo Marinho, aluno de Educomunicação na ECA, também foi vencedor do Troféu do Minuto e apareceu nos Melhores Minutos de 2014. O estudante participava do concurso desde que estava no colégio, mas naquele ano decidiu levar a competição mais a sério. Na época, em vez de uma estatueta, o prêmio era de mil reais, e como ele e os colegas estavam terminando um curso técnico em audiovisual e precisavam do dinheiro, resolveram concorrer. “Pensamos em assuntos que precisavam ser falados, mas não eram óbvios”, diz. “Basicamente, pegamos o que tínhamos em casa e saímos para o Ibirapuera para gravar uma crítica aos bandeirantes e à negligência aos indígenas no nosso tempo.”

Avaliando a experiência, Paulo diz que aprendeu muito, principalmente porque, além da opinião do júri, teve de lidar com a recepção do público. “Você entende o que eles querem ver”, conta, adicionando que, no futuro, pretende participar como um hobby. “O festival me motiva, assim como outros produtores independentes, a fazer um cinema brasileiro mais criativo, de baixo orçamento.”

A exibição das mostras de 2016 do Festival do Minuto ocorre em 23 de maio, das 19h às 21h, no Centro Universitário Maria Antônia. A entrada é franca.