Alunos contam suas experiências em empresas juniores

Entidades propiciam contato com o mercado e enriquecem a formação acadêmica

Alunos que participam de uma entidade estudantil têm a oportunidade de expandir suas experiências e enriquecer sua formação acadêmica. Uma das entidades com um papel fundamental no aprendizado dos estudantes é a empresa júnior. Mostrando a realidade do mercado de trabalho para jovens que ainda estão na graduação, as EJ’s, como são conhecidas, exploram diversas habilidades técnicas e comportamentais e complementam o aprendizado da sala de aula. Segundo estimativa da USP Júnior, núcleo que reúne juniores uspianas, a Universidade conta hoje pelo menos 43 EJ’s. Dessas, 28 fazem parte do núcleo.

Nas habilidades técnicas, o grande trunfo das empresas juniores é poder aplicar a teoria vista no curso, ao trabalhar com projetos e consultoria. Na questão comportamental, exercita-se as relações interpessoais e o respeito à opinião alheia, na medida em que quase todo trabalho acontece em grupo. Há também um senso de responsabilidade muito grande entre os membros da entidade, uma vez que o sucesso dela depende da cooperação entre eles.

Quando chega o momento de estagiar ou trabalhar, a participação na empresa júnior também rende bons frutos. Nos processos seletivos, ex-membros costumam se destacar pela postura e a preparação. “Eu valorizo muito quando alguém conta que participou de uma empresa júnior”, conta Silmara Santini, consultora de Recursos Humanos da Editora Globo e uma das responsáveis pelo processo seletivo de estágios. “Costumam ser pessoas com um perfil engajado e uma postura profissional. É um diferencial muito grande”.

Para Silmara, a entidade propicia ao estudante a oportunidade de ter um contato prévio com o ambiente corporativo e entender as necessidades das empresas. “Quem participa da empresa júnior chega no mercado já sabendo muito bem o que quer profissionalmente”, explica. “Evidentemente, há muito espaço para aprendizado em um estágio. Mas chegar com essa experiência faz diferença e ajuda nas atividades do dia a dia”.

O Jornal do Campus conversou com uspianos que participaram das EJ’s de seus cursos. Confira os depoimentos.

Caroline Dubard foi presidente da Marketing Júnior da EACH

“No início da graduação, eu quase desisti do curso. Nosso campus estava interditado, as aulas não eram interessantes e eu não via sentido naquilo. Mas eu gostava tanto da EJ que acabei ficando. Hoje, eu sei que é na área de Marketing que eu quero trabalhar.

Eu aprendi muito. Conciliar as atividades da EJ e da faculdade me ensinou a organizar meu tempo. Eu consegui colocar em prática coisas que vi superficialmente no curso. E convivi com pessoas totalmente diferentes de mim. Percebi que era necessário entender os motivos delas e ajudá-las a enxergar o propósito do que elas estavam fazendo. É uma coisa que eu nunca aprenderia na faculdade”

Luiza Bruni foi gerente financeira da EEL Júnior, da Escola de Engenharia de Lorena, e é a atual presidente da USP Júnior

“O maior aprendizado que tive com a EJ foi o senso de responsabilidade. Pela primeira vez na minha, a atividade que eu ia desempenhar impactaria diretamente na atividade de outras pessoas. E no final das contas, o que eu estava fazendo podia determinar o sucesso do projeto. Ter essa experiência ainda na graduação é algo muito grandioso”

Caroline Urenha foi presidente da IAG Júnior, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, e hoje é assessora de fomento na USP Júnior

“Eu estagiei antes de entrar na EJ, e isso foi um dos motivos que me levaram a querer fazer parte dela. Eu queria sentir mais segurança no que eu estava fazendo.  A EJ facilita bastante essa adaptação ao mercado de trabalho. Estando mais preparado, é você que escolhe o local que quer trabalhar. Fica mais fácil direcionar seu caminho de acordo com o que você deseja”

Leandro Lima foi presidente da Empresa Júnior do Instituto de Química de São Carlos e hoje é Coordenador de Desenvolvimento da USP Júnior

“Na EJ, aprendi muito sobre relacionamento pessoal, comunicação e liderança. Atualmente eu coordeno, na USP Júnior, treinamentos para processos seletivos, acompanhamento e desenvolvimento de membros, cultura organizacional e liderança. Basicamente tudo que eu sei dessas áreas veio da experiência que tive na presidência da EJ. É algo que vou levar para a vida”