Fogo destroi apartamento no Bloco G do CRUSP

(Por: Ana Harada)

Por Ana Harada e André Cardoso

Na manhã da quinta-feira, 28 de setembro, Daniel de Brito Reis tomava café da manhã no bandejão central quando gritos do lado de fora começaram: um dos apartamentos do CRUSP estava pegando fogo. Daniel,olhando para cima, contou os andares e janelas para perceber, desesperado, que se tratava do seu apartamento, e sua amiga estava lá, dormindo.

“Quando cheguei ao Crusp, predominava a guarda universitária, mas funcionários da recepção também auxiliaram na contenção do fogo’’, relata Daniel. O morador subiu até o quarto andar, para descobrir sua amiga já do lado de fora. Ninguém se feriu, mas o incêndio destruiu tudo que estava  no quarto  do meio e parte da sala no apartamento  401, bloco G do Crusp e levantou perguntas acerca da preparação do conjunto residencial para lidar com acontecimentos desse tipo.

Após o ocorrido, Daniel registrou o boletim de ocorrência 4094/2017 no 93º Distrito Policial, localizado na Avenida Corifeu de Azevedo Marques. Há uma investigação para apontar as causas do acidente em curso mas, até o fechamento desta edição, o laudo da perícia não foi entregue ao morador. Segundo Daniel, que foi realocado para outro alojamento, não havia em seu apartamento velas, incensos, fogão ligado ou qualquer tipo de chama que pudesse ocasionar o incêndio.

O JC não obteve um pronunciamento oficial da Superintendência de Assistência Social (SAS) sobre as causas do incêndio e medidas tomadas para auxiliar o morador até o fechamento da edição, mas os estudantes manifestaram preocupação em relação à segurança do Crusp.

 Habitações coletivas, segundo o especialista em segurança do trabalho Eduardo Popp, necessitam de uma série de medidas preventivas e licença do corpo de bombeiros para operarem. Mesmo construções antigas como o Crusp – projetado na década de 1960 – precisam de rotas de emergência, extintores e treinamento.

Outros moradores do bloco G foram ouvidos pelo JC, para contarem o que ocorreu na manhã do dia 28. De acordo com eles, os alarmes de incêndio levaram tempo para disparar e, quando isso aconteceu, não foi alto o suficiente para que todos ouvissem e deixassem o prédio: os próprios residentes avisaram uns aos outros sobre o fogo. Além disso, os alunos citaram que a Polícia Militar e os bombeiros estavam no local, para controlar o incêndio.

Para o diretor da Associação dos Moradores do Crusp (Amorcrusp), Leandro Paixão, a redução no quadro de funcionários impactou a manutenção do Crusp. ‘’A contratação de funcionários foi suspensa e só há um técnico em elétrica para todo o Crusp, com cerca de 2000 moradores’’, disse. ‘’E tem blocos que não são reformados há mais de 30 anos’’, continuou.

O diretor contou que, além de ser comum encontrar nos apartamentos fios desencapados, que podem ocasionar situações de curto-circuito, não têm sido compradas novas peças elétricas e hidráulicas para o Crusp. ‘’Os técnicos são obrigados a fazer gambiarras, o que torna o espaço uma mina com incêndios em potenciais’’, opinou.