Novo Reitor da Universidade é escolhido

A chapa de Vahan Agopyan, atual vice,  foi o mais votada em Assembleia e a indicada pelo governador

Por Carolina Unzelte e Pedro Graminha

(Arte: Mariana Rudzinski)

Os professores Vahan Agopyan e Antonio Carlos Hernandes foram nomeados, respectivamente, como novos Reitor e Vice-reitor da Universidade de São Paulo, na noite de segunda-feira (13), pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin, em vídeo publicado em sua rede social.

A chapa Vahan-Hernandes foi a mais votada pela Assembleia Universitária ocorrida no dia 30 de outubro, com 1092 votos, liderando a lista tríplice enviada ao governador. Em segundo lugar ficou a chapa encabeçada pela diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Maria Arminda do Nascimento, com 840 votos.

Na consulta on-line à comunidade do dia 23 de outubro, 48,1% dos docentes se manifestaram e a chapa Vahan-Hernandes ficou em 1º lugar, com 1072 votos. Já entre os funcionários (com 27,4% de votantes) e corpo discente, com 3,7% do total,, Maria Arminda foi a candidata mais votada.

Atual vice do Reitor Marco Antônio Zago, Vahan é professor de Engenharia Civil da Escola Politécnica e graduado pela mesma instituição em 1974. Foi diretor da Poli de 2002 a 2005 e pró-reitor de graduação de 2010 a 2014.

Já o vice da chapa recém-eleita, Antonio Carlos Hernandes, graduou-se em física pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) e é doutor pela USP. Estudou, também, na Universidade de Gênova, na Itália. É Pró-Reitor de Graduação desde 2014 e foi diretor do Instituto de Física de São Carlos de 2010 a 2014.

Propostas

A chapa, intitulada “Excelência para a sociedade”, diz-se guiar por três eixos principais de atuação: “busca permanente da excelência acadêmica, ampliação da interação com a sociedade e contínua valorização dos recursos humanos”.  Além disso, é elogiosa quanto à postura da gestão Zago em relação à crise orçamentária, e à adoção de cotas sociais. Sua agenda é tida pela comunidade USP como a continuação da gestão anterior. O plano de gestão ainda aprova “a ampliação da diversidade e da inclusão social”, com a adesão do SISU e de cotas étnico-raciais. Em e-mail à comunidade USP,  os recém-eleitos se disseram “otimistas”, já que “os indicadores apontam que o risco financeiro foi superado e, portanto, uma nova fase se abre para a nossa Instituição”. No plano de gestão, afirmam que a crise foi contida “graças ao esforço e sacrifício de toda a comunidade”.

As propostas da chapa, apresentadas em seu site, reforçam o objetivo de melhorar os padrões de qualidade das atividades-fim da USP: “Esse desafio não se restringe a avanços nos rankings de universidades, mas em buscar e garantir a qualidade que sua comunidade almeja e a sociedade necessita, traduzindo-se numa USP mais diversa, inclusiva, interdisciplinar, internacional e comprometida com sua contínua inserção social.”

O futuro Reitor também é crítico do modelo centralizado de administração da Universidade. Outro ponto apresentado nas propostas seria o desenvolvimento de atividades inter-departamentais e incentivo aos programas de internacionalização. A chapa também propõe uma maior interação das atividades da Universidade com a sociedade externa, e é favorável em relação às recém-adotadas políticas de cotas sociais, afirmando defender políticas de permanência estudantil, que “devem ser incrementadas por ações como o desenvolvimento de carreira, o apoio psicológico, o apoio ao empreendedorismo e à inovação, as atividades esportivas e culturais, bem como a promoção do respeito aos direitos humanos, em toda a sua diversidade e amplitude”.

Em relação a questão do corpo docente, o site da chapa apresenta propostas voltadas à “renovação do quadro docente, tanto pela reposição como pela captação de novos talentos”, sem apresentar datas, ou informações mais detalhadas.

Quanto aos servidores técnicos-administrativos, a chapa afirma que há “carência” em alguns setores e afirma que é “necessária a discussão de estratégia para novas contratações”, mantendo “o controle criterioso dos nossos gastos”.

A chapa também promete valorizar e “estimular a vivência nos campi, visando à expansão do acolhimento dos nossos jovens e a valorização ainda maior dos recursos financeiros aplicados.”

O plano de gestão diz, também, que as metas só serão atingidas “com o engajamento e a participação de toda a comunidade, não apenas durante o processo eleitoral, mas de forma proativa e permanente”. No e-mail enviado à comunidade, os vencedores reiteram a pretensão de trabalharem para a USP ser “ser um referencial de Universidade pública, gratuita e de qualidade, cada vez mais inserida na sociedade”.