8 coisas para fazer na Cidade Universitária antes de se formar

Duas repórteres do JC exploram o Campus em uma semana e dividem seus relatos!

Por Aline Melo e Iolanda Paz

Quantas não são as vezes que caminhamos pela Cidade Universitária sem reparar no que está ao nosso redor? Ou quantas coisas nem sabemos que existem nela? Pois bem, inquietas e pensando nisso, nós duas (Aline e Iolanda) resolvemos fazer uma pesquisa do que um estudante não poderia deixar de fazer pelo Campus. É claro que existem muitas outras experiências que não estão listadas aqui – como o Dance um Clipe da FAU, uma sessão de filme no Cinusp ou, ainda, o famoso pôr do sol no morro da Coruja perto do IFUSP –, mas quisemos compartilhar com vocês um pouco do que pudemos experimentar nessa última semana.

1.Saborear o dogão da Brasiliana

(Foto: Laila Mouallem)

Não é difícil chegar no Big Dog, mais conhecido como Dogão da Brasiliana. O modesto trailer de Arnaldo, Cida e Alex, estacionado próximo à rotatória do CRUSP, é de fácil acesso na hora que a fome bater.

Seja como substituto do prato de arroz e feijão ao meio dia – meu caso – ou ao fim de uma tarde de estudos, desde 1977, o lanche promete não decepcionar os paladares mais aguçados.

Como qualquer cachorro quente paulistano que se preze, o purê de batatas é garantido, mas o destaque fica para o catupiry como complemento e o parmesão salteado por cima. A baguete com queijo se revela uma pedida certeira se você estiver disposto a investir dois reais a mais na sua refeição.  

Vale jogar conversa fora – entre mordidas no lanche gigante – ali mesmo, nas mesinhas despretensiosamente espalhadas no estacionamento. Sujando as mãos de molho e dando boas risadas, a escapadinha da dieta está perfeitamente justificada.

Como chegar: Circular 1 – parar no ponto da “Biblioteca Brasiliana” / Circular 2 – parar no ponto da “Letras”

2.Comer o cookie da Física

(Foto: Aline Melo)

Está comprovado: não há doce mais famoso por esses arredores do que o Cookie da Física. A especialidade é, na verdade, vendida pela lanchonete Supimpa. No horário de almoço, ela dispensa coordenadas: você pode ser guiado exclusivamente pelo olfato.

Se você imaginou que nada poderia superar o cheiro, prepare-se para o precinho dessa delícia. Por R$2,50 você leva três pequenos cookies quentinhos, com direito a cobertura de ovomaltine ou açúcar de confeiteiro, com ou sem canela.

Clássica sobremesa dos estudantes que almoçam nas redondezas, o cookie fica perfeito com uma boa dose de café. Infelizmente, a bebida favorita dos uspianos não pode ser encontrada na lanchonete. Mas sempre há a opção de dar uma corridinha na máquina do prédio ao lado.

3. Passar um tempo no CEPE

(Foto: Aline Melo)

Não, você não tem desculpa. Quem disse que precisa gostar, necessariamente, de esportes para ir ao CEPE? Para quem nunca entrou nele, já digo: é um dos lugares mais bonitos da Cidade Universitária e pode até te fazer sentir naquelas faculdades norte-americanas.

Com muitas árvores em tons verde-escuros, há pelo menos dois motivos válidos para ir até ele – seja praticar um esporte e sentir a energia correr pelo seu corpo, seja aproveitar para relaxar pelos gramados. Mas uma coisa é certa: você não sairá do CEPE da mesma forma que entrou.

Participava de treinos da minha faculdade e confesso sentir falta do bem-estar físico que vinha depois deles, mas, nessa semana, minha visita ao CEPE foi diferente. Descobri que as arquibancadas do velódromo são ótimos locais para deitar e passar um tempinho. Assistir pessoas praticando esportes também é bastante gostoso, e não pude deixar de ficar com vontade de nadar na piscina – por que ainda não tirei aquele atestado médico que precisa? Fato é que saí de lá com a cabeça muito mais calma.

4. Visitar a raia da USP

(Foto: Iolanda Paz)

Não basta passar de circular ou carro todos os dias pela Raia da USP, e flagrar uma ou duas capivaras, para dizer que a conhece. A real experiência encontra-se em, realmente, pisar na grama e descobrir – surpresa – que esse rio não fede.

Sou do interior de São Paulo, então, imaginem a minha alegria em descobrir águas limpas nessa cidade, após dois anos de graduação. Como se não bastasse a conquista pessoal, é chegada a hora de falarmos sobre as famosas capivaras.

Aos montes, elas podem ser encontradas dormindo de manhã. Esse é o horário perfeito para observá-las, mantendo sempre uma boa distância. Afinal, esse animalzinho é alarmado e pode disparar em uma corrida furiosa. Com o devido cuidado, você conseguirá até fotografar essa grande família de fofuras em seus hábitos matinais.

5. Ouvir um ensaio de coral 

(Foto: Taís Ilhéu)

Em um primeiro momento, talvez pareça um pouco inusitado, mas é sim uma bela ideia e explicarei. Existem algumas coisas que mexem com o nosso lado humano, né? A arte é uma delas e, embora tenhamos estímulos de outras formas – cinema, teatro, exposições, dentre outras –, pelo menos para mim, poucas foram as oportunidades que tive de apreciar o canto.

Existem diversos corais pela Cidade Universitária, mas fui ao da Biologia, no qual um grupo animado e unido me fez ficar arrepiada em diversos momentos – fosse por afinados solos, fosse pela potência de vozes cantando juntas. Tocado pela maestra, o piano ao fundo deve ter contribuído para uma experiência completa.

E o clima de natal não poderia ter ficado de fora: a última semana de novembro já guardava ensaios das músicas temáticas, normalmente escutadas em cenas de filmes. Fiquei fascinada pela forma com a qual eles brincavam com a voz e o tamanho domínio que tinham sobre ela. Ficou o convite para que eu participasse, e lanço ele aqui também para você.

6. Subir as escadas de incêndio do CRUSP 

(Foto: Aline Melo)

Essa experiência certamente é para aqueles que são um pouco mais corajosos, mas vale muito a pena! Para completá-la, você precisa entrar em um dos prédios do CRUSP, subir até o primeiro andar e procurar por uma porta de incêndio cinza. Dessa parte em diante é que, de fato, começa a aventura.

Uma escada ao ar livre guarda o friozinho na barriga para quem for subi-la até o último andar, com aquela adrenalina gostosa que cai bem em dias cansativos. Ao topo, me deparo com uma vista que ainda não tinha tido da Reitoria e do Relógio, já que ali estava quase à mesma altura que eles.

Ficar olhando a movimentação da Praça e sentindo o vento refrescar meus pensamentos me fez pensar que tudo que gostaria de ter comigo naquele momento era um bom livro. Deixei a escada, mas não sem antes prometer a mim mesma que voltaria ali muito em breve.

7. Ir a uma Quinta i Breja

(Foto: Aline Melo)

Toda quinta-feira à noite – isso mesmo – uma festa toma conta da prainha da ECA. É a chamada Quinta i Breja, ou QiB para os íntimos. Sempre que sua aula acabar (ou durante), você poderá aproveitá-la de diferentes formas.

Algumas pessoas vão à Qib para dançar até altas horas ao som de – na maior parte das vezes, mas não apenas – pop e funk. Outras vão para sentar nos bancos da prainha e conversar com os amigos. Sempre é possível, também, trombar com aquele crush ou conhecer novos. Fato é que cerveja e destilados estarão garantidos, e você ainda pode comer pastéis e churrasquinhos.

Te aconselho a ir mais de uma vez e experimentar as diferentes possibilidades – eu, por exemplo, já tanto dei uma passada rápida quanto curti até tarde. Dependendo do seu humor, você será surpreendido com o que a QiB te trouxer. E a ECA sempre estará aberta aos visitantes que a procurarem!

Como chegar: Circular 1 – parar no ponto “ECA” ou “Bancos” / Circular 2 – parar na “Geociências” ou “Bancos”.

8. Explorar o herbário da Biologia

(Foto: Iolanda Paz)

Se você pensou que ar puro na capital paulistana era exclusividade dos grandes parques, está redondamente enganado. A Cidade Universitária já é por si só uma ruptura nessa selva de pedras, mas se deseja uma verdadeira imersão na natureza, nós encontramos o lugar perfeito.

A entrada do Herbário da Biologia não faz jus a sua magnitude e acaba por afugentar visitantes mal informados. Mas passada a portaria, poderá ter a honra de ganhar as boas-vindas de pequenas tartarugas – amigáveis ou curiosas o suficiente para espiá-lo por cima da água.

Caminhando em torno do pequeno lago, há as mais variadas espécies de plantas. É possível se divertir tentando lembrar o nome daquela flor que tem na sua sala de estar ou apenas recorrer a uma das inúmeras placas espalhadas pelo complexo, a título de conhecimento.

Mas não para por aí. Na parte leste, a arquitetura das estufas é uma bela surpresa, além de um caminho que o conduzirá à agrofloresta. Prepare-se para uma verdadeira viagem, pois a apenas alguns passos, você poderá se sentir no interior paulista ou até em Minas Gerais.

Seja para fugir do barulho e da agitação da cidade grande ou apenas retomar o contato com a natureza, o Herbário é certamente uma das experiências que todo uspiano precisa viver. Sozinho ou acompanhado, arrisco dizer que você precisa – merece – fazer isso hoje mesmo!