A Aguia começa a levantar voo

Decreto para criação da agência que substitui SIBi foi publicado, marcando transição

Por Gabriel Araujo e Ligia Andrade

Aguia englobará setores físicos e digitais das bibliotecas. Crédito: Gabriel Araujo

A polêmica transformação do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) em agência começou. O Diário Oficial do Estado publicou em 27 de agosto a resolução que cria a Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (Aguia) – cuja sigla foi levemente alterada em relação à primeira proposta, Augia.

Segundo o decreto, a criação da Aguia é uma resposta à complexidade e às transformações do ambiente acadêmico, representando o desenvolvimento de um novo modelo conceitual de gestão da informação.

A Agência tem um presidente indicado pelo reitor, sem atuação na área, ao contrário das normas do antigo SIBi, que impunham a necessidade de o líder ser um bibliotecário. Para o cargo, foi nomeado o professor Jackson Bittencourt, médico que ocupava a diretoria do Departamento Técnico do SIBi. A vice-presidência ficou com a professora Brasilina Passarelli, docente do Departamento de Informação e Cultura (CBD) e vice-diretora da Escola de Comunicações e Artes (ECA).

Após as críticas de bibliotecários da USP reveladas pela edição anterior do Jornal do Campus, em que reclamavam da falta de comunicação entre o SIBi e as bibliotecas para criação da Aguia, o órgão entrou em contato com a comunidade universitária. Em comunicado assinado por Bittencourt, a direção da agência reiterou sua criação como resposta aos desafios atuais, dizendo ver uma “necessidade de valorizar a ciência, o conhecimento e a cultura”.

Bittencourt voltou a mencionar o projeto de bibliotecas-polo, mas não deu detalhes. O professor destacou que as 48 bibliotecas da USP estarão envolvidas na agência, “funcionando como agentes de mudança e promoção da pesquisa de qualidade” e “atuando como polos de atendimento, estudo, leitura, permanência e capacitação”.

“Estou ciente de que a realização desse propósito não se dará do dia para a noite”, disse o presidente da Aguia no comunicado, no qual ainda promete encontros com dirigentes e equipes das bibliotecas a partir de outubro para planejar possíveis alterações. “Para alcançar o novo patamar pretendido será necessário implantar mudanças e realizar investimentos em pessoas e na infraestrutura das Bibliotecas Polo”, completou.

A transição começou.