Medalhistas deram orgulho ao curso de Educação Física de onde são egressos
Por Eduardo Neves Barbosa Passos
Se na Universíade a ausência de atletas oriundos de universidades públicas foi evidente, nos Jogos Pan-Americanos deste ano, realizados em Lima, no Peru, atletas formados na USP até conquistaram medalhas. Dentre os 171 pódios (55 ouros, 45 pratas e 71 bronzes), egressos da Escola de Educação Física e Esporte ajudaram o Brasil a obter o melhor resultado de sua história na competição.
Um dos destaques da delegação brasileira foi a surfista Nicole Pacelli, ex-aluna da EEFE e que competiu grávida em Lima. A paulista já vinha ganhando notoriedade no circuito de surfe e até foi indicada para o Big Wave Awards, concurso considerado o “Oscar” do surfe que premia as maiores e melhores ondas surfadas em cada ano.
A estreia de Nicole nos torneios do ciclo olímpico veio com um bronze no Stand-Up Paddle, modalidade na qual se utiliza um remo como auxílio à navegação nas ondas. A brasileira, que inclusive foi campeã mundial na modalidade, caiu nas semifinais para a colombiana Isabella Gomez e ficou com o terceiro lugar.
Também aluno de Educação Física, outro medalhista, o remador Gael Campos, ganhou o bronze na categoria quatro sem do remo. Atleta do Corinthians, Gael é um expoente entre vários remadores, profissionais e entusiastas, que treinam nas dependências da Cidade Universitária.
O remador começou a preparação específica para sua prova em abril, quando foi convocado para treinar junto aos outros tripulantes do seu barco nas dependências da Confederação Brasileira de Remo, no Rio de Janeiro. Próximo da conclusão de seu curso, o atleta voltava semanalmente para São Paulo para atender apenas a uma aula. “Tudo que os professores puderam fazer para me ajudar eles fizeram”, conta. “Não foi sempre que consegui voltar para São Paulo para frequentar a disciplina e, como estava no Rio a fim de representar o Brasil, sempre entenderam bem e fizeram de tudo para me ajudar”, completou.
O bom resultado em Lima animou Gael, que espera repetir o bom desempenho no torneio pré-olímpico que ocorrerá em Lucerna, na Suíça. “Tenho a expectativa de conseguir a vaga para as Olimpíadas de 2020 e ter uma primeira experiência olímpica — algo que sonho desde que comecei a remar. Além disso, pretendo fazer mais um bom ciclo para chegar bem ao Pan de 2023, no Chile”, projeta o estudante, que tem ambições para os jogos de Santiago. “Quero voltar com o ouro na próxima vez. O bronze já foi muito bom mas ainda não é tudo que eu quero”.