O que nos liberta?

Por Eduardo Passos

Arte: Pedro Formiga

Sabe-se que a ciência gera lucros e soberania. No primeiro caso, pode-se inserir toda a indústria de bens de consumo, enriquecimento de matérias-primas e afins. Esse conhecimento é o que separa, por exemplo, os países que vendem um minério escavado à custa de vidas e rios daqueles vendem o aço pronto, e ganham muito em cima disso. No segundo, há as tecnologias de defesa e inteligência, sabedoria estratégica para que o Estado esteja à frente de seus concorrentes na corrida política global.

É simplesmente impossível que um país seja grande e forte sem gerar conhecimento. Por seu papel edificante e fortalecedor, não há quem venda-o sem cobrar caro, numa conta que será necessariamente desfavorável para o comprador. Cientes disso, todas as potências globais perceberam que o caminho é conhecimento dentro de casa, com pesquisadores comprometidos com sua pátria e orientados para a solução de problemas específicos de cada local.

Acima de partidos e lados, um verdadeiro patriota saberia que não há um Brasil grande sem educação forte. Saberia que é impossível que grupos estrangeiros tenham interesse em controlar nossas riquezas para o nosso bem, em primeiro lugar. Saberia, sobretudo, que só nós amamos do Oiapoque ao Chuí o suficiente para dedicarmo-nos por horas, recebendo escassas bolsas, em busca de resolver os inúmeros problemas de casa.

Patriotas, se vocês amam tanto o Brasil, e ele está acima de tudo, por que não seguir o que, sabidamente, é melhor para a nação? Qual o sentido da educação não ser prioridade plena na rota de nossas pretensões? Se os brasileiros não puderem criar progresso para o Brasil, quem criará?