PROCURA-SE! Um lugar para estudar

Nos finais de semana fica difícil encontrar um local adequado para estudo no campus, sobretudo para os moradores do Crusp

Por Crisley Santana e Larissa Silva

Sala de estudos do Bloco G do Crusp. Crédito: Larissa Silva

“Quando está quente, não aparecem muitas pessoas; quando está frio, vem mais”, disse o funcionário enquanto olhava os nomes escritos no caderno de acesso à sala de estudos,  localizada no Bloco G do Crusp. 

Antes de escolher um número, pergunto: “é verdade que a internet é melhor aqui?.”

Risos. “Internet no Crusp é bem complicada.”

Após entrar em uma das quatro pequenas salas, é fácil entender quais motivos tornam aquele lugar pouco procurado em dias de altas temperaturas. Além de algumas mesas, cadeiras e tomadas, não há ventiladores, só as janelas.

Miguel do Ó , morador do Crusp, além de utilizar a sala de estudos, também frequenta o Bloco B, onde encontra-se o laboratório de informática do programa Pró-Aluno. No entanto, a “internet é que nem um irmão mais novo: tem dia que ele tá de boa e tem dia que ele tá atentado.” 

A terceira opção de um possível lugar para estudar é próxima ao Cinusp: os usuários da rede de wi-fi “craconet” ficam distribuídos pelos arredores, faça chuva ou faça sol. Contudo, não é fácil manter a concentração com tantas pessoas transitando ao redor.  

Um depoimento de São Carlos

Outro morador do Crusp, Gustavo Augusto dos Santos, também se queixa dos poucos lugares para estudar aos fins de semana. Estudante de Ciências Atuariais, ele conta que a FEA (Faculdade de Economia e Administração) não foi a primeira unidade que o abrigou como aluno da USP. 

“Eu fazia Matemática na USP de São Carlos, e lá me sentia mais motivado a estudar, porque podíamos usar todas as salas aos fins de semana, 24 horas. Já virei noites com amigos estudando. Onde daria para fazer isso na Cidade Universitária?”, questiona. Como alternativa, ele costuma sentar nos bancos do Instituto de Geociências (IGc), ainda que não seja um local adequado para estudar. 

Entre todas as alternativas que a USP oferece aos seus universitários, a sala de estudos do Bloco A do Instituto de Matemática e Estatística (IME) é a única que fica aberta 24 horas. Mudanças nas normas de acesso ao local poderiam causar um grande transtorno para seus frequentadores. 

Acesso restrito?

No último sábado de agosto, dia 24, funcionários barraram a entrada de alunos que não possuíam vínculo com o IME na sala de estudos. O motivo dessa decisão, na opinião de alguns estudantes, eram os casos de vandalismos nos banheiros. 

De acordo com a Assistente Administrativa do instituto, Gislaine Lima, ocorreram casos de vandalismo, mas eles não teriam sido os causadores da restrição. No dia 22 de agosto houve uma tentativa de furto em sete salas do Bloco B, episódio que afetou a rotina do local. “No dia 24 estava acontecendo um evento no Bloco B com mais de 200 pessoas. Contratamos mais seguranças e fechamos o Bloco A.” 

Os acessos voltaram a ser liberados. Durante a semana, quem não é aluno do IME pode entrar até às 23h. Aos finais de semana, até às 22h – porém, Gislaine afirma que quem estiver no local após esse horário pode permanecer. Afinal, a sala funciona 24 horas.