Cidade Universitária esburacada

Ruas e bolsões de estacionamento têm irregularidades no asfalto e faltam obras de recapeamento

Por Beatriz Cristina

Raízes das árvores são apenas um dos problemas das ruas e bolsões da Cidade Universitária. Crédito: Beatriz Cristina

Você já deve ter reparado que as calçadas e pontos de ônibus da Cidade Universitária estão passando por reformas. Tais medidas fazem parte de obras de manutenção e adequação aos padrões de acessibilidade e melhoria nos passeios que circulam aproximadamente 100 mil pessoas diariamente. “Olha isso aqui até que tá uma maravilha. As calçadas estão sendo feitas bem rápidas e tá melhorando. Todo lugar que você olha eles estão fazendo.” A constatação é de Teresinha Antônia, cobradora na Linha 8012.

  Porém, enquanto presenciamos obras nos pontos de ônibus e calçadas, o asfalto de algumas ruas do campus está se tornando uma prova de aventura para os ônibus, carros e caminhões. De acordo com os dados disponibilizados pela Prefeitura do Campus (PUSP-C), cerca de 50 mil veículos transitam diariamente pelos 60 quilômetros de vias que existem por aqui. 

Um exemplo é a Avenida Profº Mello Moraes, que serve de ligação do Portão 1 ao Portão 2, paralela à Marginal Pinheiros. Entretanto, em toda a sua extensão, há lombadas baixas, por isso ineficiente para conter a velocidade dos veículos. São visíveis pedaços sobressalentes de asfalto por causa do crescimento de raízes das árvores condicionadas ao espaço dos canteiros. Pedaços de diversas operações tapa-buraco que ocorreram também soltam.

Jean percorre as vias do campus todos os dias da semana. É motorista da Linha 8022 desde que essa ela começou a circular na USP: “Quando eles fizeram a grande obra de recapeamento, várias ruas foram recapeadas. Agora, a da raia, nem fizeram. Até estranhei.”

A questão não se restringe às vias: os bolsões de estacionamento apresentam problemas como asfalto quebrado, blocos de concreto e paralelepípedos sobressalentes. No nosso caminho percorrido, descobrimos que isso não é problema só dos maiores estacionamentos, como os da FAU, Escola Politécnica e a Faculdade de Educação, mas de toda a chamada “parte baixa” do campus, região entre as avenidas Prof° Luciano Gualberto e Mello Moraes e o portão principal.

Sem uma resposta da Prefeitura do Campus sobre a possibilidade de novas obras no asfalto, seguimos desviando dos buracos existentes e percebendo que há outros problemas mais sérios, conforme Antônia finaliza: “Nós que trabalhamos no transporte público todo dia vemos muitas coisas bem piores. Aqui é um lugar diferenciado, privilegiado. Você vê outras coisas bem piores, mais distantes.” Para ela, deveriam melhorar o “aluguel dos estudantes”, como ela se refere ao CRUSP.