O milagre de 11 empresas juniores funcionando sem sala para sede fixa

Alunos reservam espaços ou pagam aluguel para empreendimento funcionar na EACH

Por Marcelo Canquerino

A falta de espaço dificulta o trabalho dos membros da Marketing Júnior. Crédito: Michelle Hejazi

Ter uma sala de trabalho é essencial para qualquer empresa, inclusive empresas juniores (EJs). Criar uma rotina, monitorar e controlar o que está sendo produzido e desenvolver projetos fica muito mais difícil em uma sede fixa. Atualmente, essa é a realidade das 11 EJs da EACH. 

Michelle Hejazi, presidente da Marketing Jr., explica que o fato de não terem uma sala para trabalhar atrapalha muito porque os projetos não saem com o nível de excelência que deveriam. Para conseguirem se reunir, ela reserva salas da universidade. Também aluga por R$ 400,00 uma sala na incubadora de startups que fica na EACH, mas que não resolve muito por ser pequena. “Cabem 6 pessoas sentadas para trabalhar em uma empresa de 30.”

A presidente da Geronto Jr., Ligia Cavallari, diz que ao longo dos 10 anos da empresa sem uma sala, os membros aprenderam a trabalhar de forma mais remota. Uma das saídas foi explorar lugares em São Paulo para fazer reuniões e desenvolver projetos, como no Centro Cultural de São Paulo. 

Sobre a discussão das EJs terem uma sede fixa, ela ressalta o aumento da produtividade. “Vai agregar em uma cultura empresarial porque querendo ou não, a falta de uma sala atrapalha o modo de nos encontrarmos, de fazermos reunião e de deixarmos exposto o andamento da empresa.”

A situação hoje em dia

O que existe atualmente é um projeto para construção de um espaço colaborativo, onde ficava a antiga copiadora, para ser dividido entre as 11 empresas juniores da EACH. Um dos principais entraves para a realização desse projeto é a questão financeira, pois a unidade não consegue arcar com todos os custos. 

Uma das soluções propostas foi que as EJs buscassem financiamento em empresas. A Marketing Jr., mais à frente da proposta, está indo atrás desse financiamento mas até agora não obteve nenhum retorno. Das 15 empresas contatadas, nenhuma respondeu. 

“É interessante o esforço que eles estão fazendo para dar uma sala para as EJs, mas está longe de ser o suficiente”, contou Michelle. Será um único espaço dividido entre 11 realidades diferentes. Situações como conflito de horários e falta de garantia da utilização do espaço por todas as empresas são problemas que devem ser levados em consideração.  

Esse tipo de impasse dificulta muito a vivência empresarial que as empresas juniores buscam proporcionar aos estudantes, e faz com que as atividades desenvolvidas se tornem um desafio. As empresas juniores ajudam no melhoramento do ranking da universidade e muitas vezes também significam permanência no curso para os alunos.