Tendência é que alunos da USP não façam ICs

Maioria dos institutos da USP apresenta baixa proporção entre quantidade de Iniciações Científicas e alunos matriculados

Por Lígia de Castro

Crédito: Marcos Santos/ USP Imagens

Dentre as muitas razões que levam a USP a ser respeitada, a pesquisa ganha um lugar de destaque. De seus docentes, doutorandos e mestrandos, todos nos lembramos bem. Mas há  outra classe de pesquisadores, um tanto mais novos, pelos quais passamos muitas vezes sem perceber – e digo “passamos”, em primeira pessoa, porque eu, como estudante, também quase me esqueço deles, mesmo que também pudesse fazer parte do grupo.

Estou falando das Iniciações Científicas e dos alunos de graduação que as realizam. São muitos em números absolutos, mas poucos proporcionalmente. A maior proporção apurada foi de 18,22%, referente à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ e obtida a partida da quantidade de ICs dividida pelo número de alunos. A maioria das unidades da USP, no entanto, tem índices por volta de 1%, 4% e 5%.

Não se sabe se esses números significam que poucos alunos estão interessados em pesquisa ou se nas universidades pelo mundo as pós-graduações são sempre mais cogitadas. A questão é que, de qualquer forma, os alunos da Universidade de São Paulo não têm visto na iniciação da pesquisa acadêmica um facilitador e nem um caminho para o futuro profissional. Não têm pensado em seus benefícios, e não têm corrido para ela como esperaríamos que corressem.

Em números e cores

A apuração dos infográficos a seguir foi feita contatando todos os institutos da USP do campus de São Paulo (seus serviços de graduação e suas comissões de pesquisa). Por não ter obtido resposta de alguns desses órgãos, alguns dos institutos não aparecerão nas proporções seguintes.

Fazer pesquisa tem seus custos

Os alunos que fazem Iniciação Científica recebem bolsas de órgãos como PIBIC, FAPESP, PUB, CNPq, PIBITI, que estão entre as mais frequentes. Em muitos institutos, no entanto, a quantidade de ICs sem fomento é maior do que aquelas que contam com auxílio financeiro.

 

 

Proporção de Iniciações e Bolsas de forma geral 

Embora a reportagem não tenha conseguido o dado de todos os institutos, o resultado obtido foi que a maioria das ICs contam com bolsas (54,33%). Os institutos que não participaram foram: FE, EE, FFLCH, FO, IAG, IF, IP, IQ e  IO. 3 deles não obtinham os dados, e os outros não responderam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quantos alunos têm feito ICs em cada instituto?

Para a realização do gráfico seguinte, foi calculada a proporção entre o número de ICs que cada instituto está desenvolvendo e quantos alunos de graduação estão matriculados. Nenhum passou de 20%, e 5 deles possui menos de 2% de alunos fazendo ICs (EACH, FEA, FD, ECA e IGc).

 

Proporção entre ICs e alunos matriculados 

Pela apuração da reportagem, foi descoberto que uma minoria (menos de 5%) dos alunos fazem ICs na USP, contando todos os institutos apurados juntos. Aqueles que não participaram da contagem (porque não responderam até o fechamento) foram: EE, Poli, FFLCH, FO, ICB, IEB, IF, IME, IP, IQ e IO.