Minha redação de férias

por Ricardo Alves, nº11, 2º ano EF

Arte: Pedro Sousa/Foto: Gabriel Monteiro/Flickr

 

Hoje na aula, a professora mandou a classe toda fazer uma redação sobre nossas férias! Eu fiquei muito animado, porque fiz muiiita coisa com o pai e a mãe e a minha irmã e a Luli (nossa gatinha) em 2020.

As minhas férias foram bem longas esse ano. Primeiro, a mamãe avisou que esse ano a gente não ia viajar, então eu fiquei um pouco triste. Eu queria muito ir ver os rojões com vovô na casa dele como a gente fazia todo ano, mas ela disse que esse ano não dava.

Mas a gente fez vários passeios de qualquer forma! No começo, eu ficava bastante dentro de casa com a minha irmã e a Luli. Como não podia sair lá fora, a gente brincava em todos os lugares de dentro. Brincava na sala, brincava no quarto, no corredor, no quarto da mãe, na sala, no quarto e até no corredor!

Outra coisa de legal que aconteceu foi que a mamãe e o papai agora deixavam a gente brincar no celular deles o quanto a gente quisesse. Antes, podia só um pouquinho, mas agora podia o quanto a gente queria! Aí eu e a minha irmã, a gente ficava brincando no celular o dia todo, até a hora de dormir, era superlegal.

Era legal também que a gente nem precisava sair mais do quarto para brincar no celular! Também nem precisava falar mais nada com a minha irmã! Então era muito prático, a gente podia brincar o quanto quisesse sem sair do quarto, não precisava ir lá fora no parque, nem ir ver os filmes no cinema. Era tudo no nosso quarto.

E era até bom ficar só no quarto, porque a mamãe e o papai começaram a ficar o dia todo em casa, parecia que nem precisavam mais ir no trabalho. Mas o problema é que eles conversavam com o pessoal do trabalho na sala e, enquanto eles conversavam, a gente não podia fazer um piu! Tinha que brincar bem baixo, sem fazer barulho, e se fizesse barulho, eu levo bronca.

Então era bom ficar no quarto mesmo, para não atrapalhar. Tem dias que eu nem precisava sair, podia ficar o dia todo lá: almoçar no quarto, desenhar no quarto, brincar com a Luli no quarto, jantar no quarto e ir dormir no quarto. Só precisava sair para ir no banheiro. Às vezes era superestranho porque eu acordava e esquecia de abrir a janela e, quando eu lembrava e olhava para o céu, já estava tudo escuro! O dia todo passava e eu nem via o sol. De vez em quando eu nem conseguia mais saber que dia era — no quarto parecia que era tudo igualzinho.

Mas a minha irmã não gostou de ficar o dia todo em casa e começou a insistir com o papai para a gente voltar a fazer as coisas de férias de antigamente. Ela queria ir no parque andar de bicicleta, ou brincar nos brinquedos da pracinha, ou ir no shopping ver as lojas e comer no Méqui. Disse até que tinha inveja da Luli que, por ser gata, podia pular pelos telhados e passear por aí. Mas mais do que tudo, ela queria ir visitar o vovô e ver os fogos de artifício na casa dele!

Foi aí que o papai e a mamãe tiveram a melhor ideia! Era quase o Rev… Reveion… Revelion… Era quase o Ano Novo, então eles disseram que a gente podia marcar um passeio especial alguns dias antes da comemoração.

No dia seguinte, a mamãe chamou eu e a minha irmã para a sala e ficamos na frente da porta de sair de casa. Eles deram para gente luvas para colocar na mão, uns óculos bem grandões para colocar na cabeça e umas máscaras para colocar na boca e no nariz. Mas não era aquelas máscaras de brincar de fantasia, elas nem tinham desenho!

Depois que a gente colocou tudo e prometeu não colocar mais a mão na boca, a mamãe foi até a porta e abriu ela. Foi incrível! O sol estava iluminando tudo tão forte! A casa parece que ficou pequena e tudo lá fora ficou enorme!

A gente entrou no carro e, quando chegou no lugar do passeio, eu nem acreditei de tão animado que fiquei! Era o supermercado do lado de casa. A gente entrou lá dentro e todo mundo estava vestindo a mesma fantasia que a gente. O passeio foi ótimo! Primeiro a gente pegou um carrinho para colocar as compras. Aí a gente visitou os produtos de limpeza, pegou sabão, detergente, desinfetante, esponja e um álcool melecado. Visitamos também a seção de pets e pegamos comida para Luli. Depois a gente passou pelas comidas.

Foi muito divertido! Quando a mamãe estava pegando carne no açougue, o papai até deixou a gente brincar de subir no carrinho (mas não pode contar pra ela)! Quando a gente já tinha visitado os peixes, os pães, as geladeiras e as bebidas, a gente finalmente chegou no caixa para ir embora de volta para casa.

Esse foi o melhor passeio das férias inteiras! Como você pode ver, professora, eu e a minha irmã e a Luli e meus pais fizemos um montão de coisas nas férias!. Nós ficamos ocupados o dia inteirinho e tenho certeza que foi tão legal quanto as férias de antigamente. A única coisa chata é que a gente não foi ver os rojões na casa do vovô — a mamãe explicou que esse ano a gente podia ver pelo celular mesmo, lá no nosso quarto!

Na verdade, por Guilherme P. P. Bolzan, da Redação JC