Baseada na ideia de Smart Cities, USP emprega inovações tecnológicas para monitoramento do campus
por Theo Sales
Arte: Luana Machado
A Universidade de São Paulo (USP) desenvolve em seus campi o conceito de Smart Campus, que consiste na utilização de tecnologias em rede para aumentar a conectividade e fornecer funcionalidades e serviços na palma da mão dos usuários, bem como aumentar a segurança dentro do campus. A partir de aplicativos para celulares, dentre outros sistemas, a USP vem fornecendo novas possibilidades para seus alunos, professores, funcionários e pessoas que vagam pelo espaço da universidade.
Uma das principais transformações permitidas pelo emprego desse conceito é na área da segurança. Com o aplicativo Campus USP, os usuários podem fazer chamadas de emergência, registrar ocorrências e ver um mapa de segurança que exibe onde houve ocorrências recentemente.
Além disso, é possível acionar o modo de alerta, no qual a localização da pessoa é acompanhada a partir de uma central de monitoramento e, caso agite o celular, a Guarda Universitária é avisada sobre uma situação de perigo potencial. “A Guarda liga para a pessoa e, caso não atenda, a central comunica ao operacional do campus. Imediatamente desloca-se uma viatura para o seu encontro”, explica o Superintendente de Prevenção e Proteção Universitária (SPPU), José Antonio Visintin.
Esse aplicativo permite uma maior agilidade na reação das autoridades e pode impedir a efetivação de crimes. Por meio dele, é possível enviar áudios e fotos ao registrar a ocorrência, que é então direcionada aos devidos responsáveis. O aplicativo está disponível para IOS e Android. Para usá-lo, é necessário ter um número USP e estar dentro do campus.
“O aplicativo é uma interface com o usuário, mas por trás de cada um desses aplicativos tem uma estrutura muito grande da USP para cuidar disso”, comenta Jun Okamoto, coordenador de desenvolvimento de aplicativos da USP. Existem bancos de dados e vários servidores dedicados à manutenção e atualização dos serviços digitais da universidade. “A gente tá sempre tentando lançar aplicativos que prestam grande serviço à comunidade universitária, principalmente”, acrescenta.
Monitoramento e prevenção
Além das funcionalidades à mão dos usuários, as câmeras de monitoramento são parte importante da segurança no campus. Também é desenvolvido o uso da tecnologia artificial para reconhecimento facial, vigilância e avaliação de atividades suspeitas. Toda essa tecnologia faz parte do projeto de Smart Campus, desenvolvido a partir de sistemas inteligentes e do conceito de Internet das Coisas (IoT), que trata da conectividade entre diferentes dispositivos e tecnologias para troca de dados e informações.
Baseada na vigilância e na inteligência, o modelo de segurança adotado pela SPPU se diferencia da polícia militar — a qual possui base instalada dentro da universidade — por não restringir a liberdade das pessoas, visto que a Guarda Universitária não possui os meios legais para isso. O sistema funciona de forma a vigiar e prevenir, e não punir.
Sendo assim, o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais precisas de monitoramento permite também uma maior segurança no campus com base nesse pilar. Com isso, pode-se evitar ocorrências de crimes, identificar mais rapidamente suspeitos, bem como agir com mais agilidade frente a situações de perigo.
“Todos os campi da USP, hoje, são monitorados por câmeras, inclusive as portarias. As portarias têm câmeras especiais: se você entrar de carro na Portaria 1, imediatamente é gravado a sua placa”, explica Visintini. Essa ferramenta serve principalmente para evitar o roubo de veículos dentro da universidade.
Com a utilização dessas inovações tecnológicas para a proteção e prevenção desde 2015, a USP conseguiu reduzir substancialmente o número de ocorrências dentro do campus:
Número de ocorrências apresentou queda acentuada em 2020 principalmente devido à quantidade reduzida de pessoas e veículos circulando dentro da universidade. Arte: Iasmin Rodrigues
Porém, a área de segurança é apenas uma das aplicabilidades desse conceito. “A ideia de você ter tudo no seu dispositivo móvel vai totalmente de encontro com essa ideia de Smart Campus. Então isso extrapola a segurança. Tem várias conveniências, para você, por exemplo, ter a sua identidade da USP no telefone, desbloquear catracas, pagar o bandejão com seu telefone, retirar livros na biblioteca com o aplicativo. São muitas funcionalidades envolvidas”, conta Okamoto.