É Tempo de Coragem

por Karolina Monte

Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Este editorial não é sobre uma escolha muito difícil. É sobre coragem. Quando ainda pequena ouvi de um senhor que me acompanha pela vida até hoje que “deve-se ter coragem para fazer o que quer. Mas mais ainda para lutar contra o que não se quer”.

Em 2018, algumas figuras da comunicação já haviam relatado o perigo de um governo de extrema-direita; a escolha não era difícil. Os indícios da governança fracassada que o bolsonarismo traria à instância federativa, e que lançaria seus venenos para os poderes Legislativo e Judiciário, estava posto desde o início. E as evidências sempre estiveram às claras na carreira pública que o atual presidente traçou durante seus anos de vereador e deputado – e podemos incluir aqui sua desonrosa passagem pelo exército brasileiro. Bastava procurar e analisar as propostas de anos de atuação em cargos públicos.

Mas estamos aqui para falar de coragem. No último 2 de outubro tivemos o primeiro turno das eleições presidenciais. A máxima oposição foi entre o atual e o que um dia foi, e deixou saudade. Ambos com porcentagem de votos que passaram a casa dos quarenta.

E é justamente esta ratificação do pensamento brasileiro o que impressiona. Como podem, ainda, exatos quarenta por cento da população brasileira se identificar com uma figura que avassala existências contrárias às suas crenças?

Isso se chama covardia. Por não entender as diferenças, o próximo como ser individual e indivisível de si mesmo, detentor do direito da existência digna.

Por isso, meu caros, repórteres e leitores do JC, é tempo de coragem. Lute pelo que queres, sempre. Mas, com mais afinco, lute contra o que você não quer. Resista, por si mesmo e pelos outros. Seja ético e verdadeiro consigo mesmo, nunca deixe de respeitar o próximo e lute pela mudança.

Comece em instâncias menores; pela graduação, com seus companheiros de curso: lute, por eles e com eles quando houver harmonia de seres, e contra quando houver covardia e mau caratismo. Vá aumentando gradativamente. Até chegar na presidência, a maior de nossas representações políticas, acredite na mudança para melhor e tenha coragem para lutar contra o que apenas liquefaz o enriquecimento de um Brasil tão diverso.

Nós, realizadores deste semestre do Jornal do Campus, estaremos com vocês, leitores. Boa luta e até 30 de outubro.