A vida solitária de um ombudsman

Vejam como é dura a vida de um ombudsman. Quinzena após quinzena, eu me preparo para a tarefa da crítica. Tarefa solitária, quase triste, final. Ninguém conversa muito com ombudsmans. Ninguém me liga.

Ombudsmans são seres distantes, mal-humorados, críticos. Tão críticos, espera-se, que podem atrapalhar. Enfim, é meu serviço. Por alguns meses. Depois, volta-se à vida cotidiana.

Crítica, porém, não quer dizer falar mal (embora este sentido seja comum e corrente). Às vezes, a crítica carrega… um elogio.

Pronto. Vou elogiar. Achei que o desenho do jornal melhorou. A capa da edição passada, por exemplo, com uma foto ampliada do sistema de segurança instalado em uma área da universidade. Olhei para a foto e fiquei preocupado com a segurança. Funcionou. Bom destaque.

Na página de cultura, outra surpresa: usaram uma fonte diferente para os títulos. Páginas de jornais que tratam de entretenimento, cultura, variedades sempre ousam, arriscam mais. Eu diria até que a página, embora diferente, ainda é tímida. Talvez devesse ser a última, com um trabalho gráfico diferenciado.

Ainda acho que o JC deveria usar as cores de outra maneira. Cada seção tem uma cor, que a identifica. Como o jornal tem poucas páginas, e um só caderno, o resultado fica um pouco excessivo. De todo modo, na edição passada, o resultado ficou bom. Enfim, uma crítica construtiva.

Mais uma ponto: não se escrevem cartas ao ombudsman, até porque ninguém mais escreve cartas hoje em dia, parece, mas e-mail pode. Aparecem alguns, raros. Escrevam, leitores. Eu não respondo, mas leio.

Outra questão: procurem na web o site do JC. Coloquem em um buscador, um “search engine”, um Google da vida, “Jornal do Campus”. Não vai aparecer o site do JC – vi páginas e páginas e ele não apareceu (apareceram alguns comentários sobre reportagens puiblicadas no JC e apareceram outros jornais de outros campi, mas do JC, nada). Coisas da web. Ajudaria talvez um esforço em busca do que em inglês chama-se Search Engine Optimization, truques que tornam mais visível o conteúdo para os robots de busca.

Marco Chiaretti é editor-chefe do Estado Online.