Confronto gera choque de opiniões na USP

Embate entre policiais e estudantes dividiu alunos e professores no debate sobre liberdade e autonomia dentro do campus

(foto: Marcelo Osakabe)

Os acontecimentos do dia 9 de junho repercutiram por toda a Cidade Universitária. O JC ouviu opiniões de alunos e professores (leia mais) das mais variadas unidades de ensino da USP sobre questões como a entrada da Polícia Militar (PM) no campus, os confrontos entre a Força Tática e os estudantes, as greves, os piquetes e a representatividade do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A diversidade de pensamentos na Universidade, é marcante, com opiniões das mais centradas às mais extremas.

Destacam-se, por exemplo, afirmações como a do estudante de Farmácia Carlos Tavantes, que acha que “a presença da PM no campus foi desnecessária, pois temos um órgão específifico para cuidar disso, que é a Guarda Universitária”. Outro exemplo forte veio da aluna de Letras Maria Júlia Montero, que acredita que a greve é justa. Ela decidiu entrar no curso para ser professora de escola pública, e acha que deve fazer tudo o que está ao seu alcance para melhorar o ensino gratuito.

Uma opinião mais extrema veio do aluno Rodolfo Thomé Cocco, da Odontologia, que declarou: “A Odontologia, a Medicina, a FEA, a Poli, fazem parte de ‘outra’ USP, totalmente oposta a idéias de algumas faculdades”.

De acordo com os depoimentos, não há consenso em nenhuma faculdade. Pode-se encontrar alunos em greve nos cursos de exatas e biológicas, assim como alunos de humanas que repudiam a greve. Mas a maior parte dos estudantes considerou que os conflitos foram exagerados e aumentados pela mídia.

Poucos alunos afirmaram que se sentem representados pelo DCE, com alguns fazendo críticas à presença forte de partidos políticos de esquerda na entidade. Boa parte dos que não se envolveram no conflito também disse que ficou assustada com os helicópteros da polícia e da imprensa que sobrevoaram o campus no dia dos confrontos.