Sotfball cresce no esporte universitário

(Foto: Arquivo Softball da FEA)

Mesmo sem infraestrutura para treinos, o esporte está cada vez mais presente em competições

Por Giovanna Querido

Com times na FEA, Poli, Farmácia, Medicina, Odonto, CAASO (Usp São Carlos) e SanFran, a prática de softball tem ganhado cada vez mais espaço nos torneios universitários. De acordo com a CBBS (Confederação Brasileira de Beisebol e Softball), já são mais de 30.000 praticantes, 120 times espalhados pelo Brasil inteiro e cerca de 55 campeonatos nacionais e internacionais por ano.

Mesmo diante desse cenário de crescimento, Beatriz Mayumi Sanefuji, estudante de administração da FEA-USP, conta que o esporte ainda é muito negligenciado, tanto pelas Atléticas quanto pelos torcedores por não ser tão popular como outras modalidades. Isso se reflete, por exemplo, no fato de o CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP) não possuir a estrutura necessária para a prática desse esporte.

“Tem alguns cantos de campo de futebol, mas não é adequado para a gente e acabamos não conseguindo treinar direito… Alguns anos atrás, a FEA treinava no velódromo, mas foi proibido”, conta Beatriz. A partir de então, o time Softball FEA USP passou a treinar em Cotia, em um clube chamado Cooper – que tem o beisebol e o softball como principal modalidade, disponibilizando quatro campos e, inclusive, uma gaiola.

No interior do estado, a popularização do esporte é maior, devido principalmente à maior oferta de espaços disponíveis aos finais de semana. As opções na cidade de São Paulo são limitadas, gerando um grande deslocamento e custo, o que acaba dificultando a divulgação do esporte e o seu próprio crescimento no meio universitário.

Baseball x Softball

Ambos são variantes do mesmo jogo, com algumas diferenças. A principal é que a bola de softball (um pouco mais pesada) é lançada de baixo pra cima, enquanto que a bola de baseball é de cima pra baixo.

Além dessas diferenças, questiona-se também uma questão de gênero dentro do esporte, já que o softball é praticado majoritariamente por mulheres – e,, como o próprio nome já diz, é considerada uma modalidade mais soft (leve). “Acredito que há sim um preconceito de que mulheres não conseguiriam jogar baseball e, talvez por conta disso, meninas só podem praticar o esporte até uma certa categoria”, afirma Beatriz.

Luciana Yuka Nakamura, estudante de administração, no entanto, pratica a modalidade desde os seis anos e não enxerga essa discriminação de gênero. “Algumas meninas começam jogando baseball quando pequenas, porém, à medida que vai crescendo a diferença fisiológica entre  meninos e meninas, acaba pesando muito e elas acabam indo para o soft. Além disso, o softball foi criado inicialmente para os homens para eles poderem jogar dentro de ginásios durante o inverno. Então acredito que os esportes apenas são diferentes, cada qual com suas dificuldades e foco em habilidades distintas.”

Atualmente, as principais competições disputadas pelos times de softball da USP são o InterUSP, Intersoft – um dos principais torneios universitários de softball feminino, realizado pela Comissão Universitária de Baseball e Softball (CUBS) – e o TUPS (torneio organizado pela Medicina Pinheiros), além do campeonato realizado pelo FUPE (Federação Universitária Paulista de Esportes). A popularidade é crescente, principalmente, entre as mulheres de ascendência japonesa que acabam entrando em contato com o esporte antes, por meio de clubes.