Canoa: navegando em direção ao tratamento do câncer de bexiga

Laboratório IDEIA USP lança protótipo de aplicativo para ajudar pacientes diagnosticados com a doença

Foto: Lívia Uchoa/JC

Por Beatriz Garcia e Sofia Zizza*

Um paciente em tratamento de câncer precisa de informações seguras e confiáveis. Para atender a essa demanda, foi lançado, pelo Laboratório de Interfaces Digitais, Experiências e Inteligência Artificial (IDEIA USP), o aplicativo Canoa. O software busca informar e facilitar o tratamento do câncer de bexiga.

O aplicativo apresenta uma plataforma gamificada e personalizada para atender às necessidades de cada paciente. A partir do chat comandado por inteligência artificial, os usuários poderão completar tarefas simples que auxiliarão no tratamento. A interface do aplicativo é baseada na jornada de um barco, em que cada ilha representa uma etapa do processo.

Isabela Teixeira, integrante do laboratório, em entrevista para o JC, explica que, após pesquisas, o grupo entendeu que plataformas direcionadas à área da saúde ou traziam informações falsas ou explicações muito técnicas e pouco detalhadas. “As pessoas que estavam em casos iniciais tinham acesso a informações de sintomas de fases mais avançadas da doença e entravam em desespero”, completa.

Com o objetivo de fazer algo que fosse realmente inovador, o laboratório retirou informações públicas do instituto Oncoguia e consultou diversos profissionais da área da saúde — como médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos — para delimitar o tema e coletar informações para o app.

O paciente pode falar como está se sentindo no chat e, a partir disso, o aplicativo vai passar tarefas simples a serem realizadas diante do sintoma relatado. “Não cabe ao chat julgar, ele só dá opções com base no que os pacientes precisam e estão disponíveis a fazer”, ressalta a estudante.

A cada mudança de fase do tratamento, os pacientes evoluem no mapa do Canoa e, segundo o grupo, isso motiva o usuário a não desistir do processo de tratamento. “Não há uma ordem certa das ilhas, depende de cada caso. Tudo que o paciente faz fica registrado em um diário de bordo”, explica Isabela.

A estudante ainda ressalta que uma das metas do projeto é deixar a linguagem do Canoa cada vez mais inclusiva. Ela afirma que o software está em fase de protótipo e que, para ser lançado no mercado, precisará da intervenção de programadores. “Nosso objetivo é disponibilizá-lo gratuitamente.”

Sobre o Lab IDEIA

O Laboratório IDEIA USP é um grupo multidisciplinar autogerido, formado, na maioria, por estudantes de graduação das áreas de comunicação, engenharia e design. Coordenado pelo professor Luli Radfahrer do Departamento de Relações Pública, Propaganda e Turismo (CRP), o grupo desenvolve interfaces inovadoras a partir dos princípios de UX (Experiência do Usuário), com objetivo de proporcionar interações mais intuitivas e eficazes entre humanos e tecnologia.

*Com edição de Lívia Uchoa