Evento aconteceu na última quarta-feira (17); logo foi escolhida por meio de concurso
Texto por Nícolas Dalmolim
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP inaugurou, na quarta-feira (17), o Centro de Estudos Palestinos (CEPal). O novo centro de pesquisa busca reunir produções em diversas áreas de humanidades que tenham como foco a questão palestina e a cultura do povo da região.
Estiveram presentes no evento Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, e o ex-chanceler Francisco Rezek, além do escritor palestino Atef Abu Saif. O atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o embaixador brasileiro na Palestina durante os últimos quatro anos, Alessandro Candeas, enviaram vídeos para a solenidade. O evento foi coordenado pelas professoras da FFLCH Arlene Clemescha e Adma Fadul, que organizaram a criação do CEPal.
‘Centro de pautas globais’
O CEPal foi fundado no dia 27 de junho de 2024 e tem como objetivo promover maior contato entre pesquisadores na área dos estudos palestinos. Segundo a FFLCH, a instituição também buscará organizar cursos e palestras, criar grupos de estudo, promover intercâmbios entre palestinos e brasileiros e oferecer informações sobre os debates midiáticos em relação à causa palestina.
Em entrevista ao JC em setembro, Arlene Clemesha, professora doutora em História Econômica do Oriente Médio e diretora do CEPal, explicou que a ideia de criação do centro possui relação com os eventos recentes na região. “A Palestina é, de certa forma, o centro de uma série de pautas globais, e é necessário que se dê enfoque ao genocidio que vem sendo conduzido contra o povo palestino”, pontuou.
“Percebemos que os estudos palestinos ganharam maturidade dentro da Universidade nos últimos anos. Por isso, consideramos que era merecido um centro próprio”.
Arlene Clemesha, coordenadora do Centro de Estudos Palestinos
Concurso de logo
A logomarca do CEPal foi escolhida por meio de concurso aberto a alunos, ex-alunos, professores e funcionários da Universidade. Entre as 15 propostas recebidas, a banca de conselheiros do Centro escolheu o projeto elaborado por Juliana Argollo, estudante de mestrado da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA).
Formada em Design pela Universidade do Estado da Bahia (UEB), Juliana tem como objeto de mestrado o poder do branding – processo de construção de identidade de uma marca. Pela criação da logo, ela recebeu uma kufiya – cachecol tradicional palestino – e o livro Palestina: manual de ocupação, da escritora Bárbara Caramuru.
A marca do CEPal possui as cores da bandeira palestina e está inspirada no tatreez, forma de bordado tradicional que inclui flores, árvores e pássaros. Além disso, apresenta uma chave, símbolo utilizado para representar a esperança de retorno à casa daqueles que foram expulsos da região após a fundação de Israel.