A USP anunciou que fará reavaliação de todos os cursos de graduação, com análise dos currículos, discussão dos projetos pedagógicos e revisão das vagas de nas carreiras de baixa demanda. A decisão foi aprovada recentemente pelo Conselho Universitário, órgão máximo da universidade, cerca de quatro meses após o início das discussões.
A medida também pretende criar projetos modernos, inter e multidisciplinares, flexibilizar carga horária, rever número de vagas, reestruturar cursos de baixa demanda, diminuir evasão escola e garantir mais atenção e infraestrutura para cursos noturnos.
No documento, consta a preocupação com “a sincronia entre as tendências científicas em relação ao mercado de trabalho.” Nesse mesmo sentido, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) critica que “se a USP priorizar atender às regras do mercado, pode ser que se assista ao maior afastamento desta universidade dos problemas e necessidades reais da sociedade.”, como divulgado em boletim a respeito das medidas.
A reestruturação de cursos de baixa demanda preocupa João Zanetic, presidente da Adusp, à medida que muitos têm importância social, como as licenciaturas, apesar de baixo apelo no mercado. Segundo ele, ficou clara a intenção da reitoria de extinguir cursos, já que esse era o termo usado na primeira versão do documento.
Após cinco meses, apenas 16 das unidades da USP se manifestaram. Segundo a pró-reitora de graduação, a professoraTelma Maria Tenório Zorn, não houve mais respostas das unidades porque não havia mais o que acrescentar.
A reitoria também anunciou que serão destinadas verbas extras para as unidades que se adequarem e tenham bom histórico de gastos, como forma de incentivar a adesão rápida às medidas. Para Zanetic, é um critério complicado, já que as mudanças devem ser motivadas e discutidas pelas unidades e com autonomia.
