Salas comportam o triplo do projetado, apesar de reformas
O campus tem um espaço físico de 76 milhões de m2, com 1,7 milhões de m2 de área construída, (apenas 2% do total). A USP parece um local amplo e cômo do. Mas basta adentrar no Departamento de Letras da FFCLH, para ver que salas projetadas para abrigar entre 40 a 60 alu nos, hoje recebem o triplo, oscilando entre 120 a 150 alunos. Estudantes assistem às aulas no chão, nas paredes e debaixo da lousa. Do lado de fora, outros se enfileiram nas portas e janelas. Apesar das diversas reformas que ocorrem nos prédios da FFLCH, o problema ainda se relaciona com o número de professores.
“Aqui é um caos. Mes mo se você chegar na hora exata do começo da aula, você senta no chão, ou em pé encostado na parede. Se atrasar, não tem jeito: assistirá à aula pela porta ou pela janela. Isso é ruim tanto para professores, quanto para alunos”, explica Carlos Meirelles, aluno do primeiro ano de letras.
Para a professora Lilia Jacoto, do membro da Comissão de Segurança e Qualidade de Vida da FFLCH, a questão da superlotação de salas é um problema comum em todas as turmas. “Já houve casos em que saímos daqui à noite com os alunos para dar aulas na Química e na FAU”.
Sobre possíveis solu ções, Lilia só vê duas: ou se faz uma reforma ampla, ou então a dire ção deverá diminuir os ingressos no exame vesti bular. “Já tentamos fazer um acordo com a Seção de alunos para que as turmas não ultrapassem 70 alunos. Para mim 50 alunos por turma, seria o ideal”, diz.
Já a professora Maria Augusta Vieira, chefe do Departamento de Letras Modernas, acredita que a situação melhorou muito nos últimos anos devido às reformas no prédio e ao ingresso de mais docentes. Ela teme que o problema volte: “o quadro docente está envelhecendo, daqui a pouco muitos professores irão se aposentar. É preciso contratar mais”.
Renata Del Curso, assistente responsável pelas reformas, garantiu que a ampliação já está acontecendo no prédio de Letras, que comporta o maior volume de alunos da FFLCH. Porém, “eu acredito que a reforma não será definitiva”, diz.