Após provocações, representante da reitoria abandona audiência pública sem se pronunciar

Professor Wanderley Messias durante audiência pública (foto: Paula Kaufmann)
Professor Wanderley Messias durante audiência pública (foto: Paula Kaufmann)

A audiência pública marcada para esta última quinta-feira, dia 24 de março, terminou sem as explicações da reitoria sobre as mudanças na universidade. Rodas faltou na audiência e seu representante, o Prof. Wanderlei Messias, deixou a audiência como chegou (sob vaias e xingos) por volta das 16h45 após ter sido provocado por um estudante e uma funcionária dentro do plenário antes mesmo de ter iniciado sua fala.

Convocada pelo Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL), a audiência contou coma presença dos representantes do DCE, Thiago Aguiar; da ADUSP, Professor João Zanetic; do Sintusp, Magno Carvalho; dos funcionários demitidos em janeiro deste ano, Zelma Marinho; e da Associação Obstetrícia da USP, criada após o anúncio de fechamento do curso de Obstetrícia na EACH, Marina Barreto Alvarenga.

A audiência havia começado há cerca de duas horas e meia quando uma das funcionárias presentes no plenário passou questionar o “papelão” que o Prof. Messias estava passando, representando o reitor João Grandino Rodas e após ter dormido em plenário. Messias passou então a ignorá-la com gestos de menosprezo, quando foi interpelado por um dos estudantes. “Fique quietinho. Fique com orelha quente, escute e fique quieto”, afirmava o estudante.

Professor Messias deixa audiência em meio a tumulto, xingos e vaias (foto: Paula Kaufmann)
Professor Messias deixa audiência em meio a tumulto, xingos e vaias (foto: Paula Kaufmann)

Durante suas participações, os convidados lembraram do fato de o reitor ter sido o segundo na lista tríplice eleita pela universidade e o acusaram de tentar privatizá-la. Durante a abertura da audiência, o dep. Carlos Giannazi anunciou a criação de uma comissão especial parlamentar, que deve se reunir nesta sexta-feira, dia 25, para exigir explicações do reitor sobre as últimas medidas tomadas por ele na universidade.

Dentre estas medidas, Giannazi questiona as recentes aquisições imobiliárias. De acordo com o deputado, são elas: um terreno vazio na Rua da Consolação, por R$ 7,4 milhões, um imóvel na Av Paulista por R$ 6,4 milhões, sete unidades no centro empresarial de Santo Amaro por R$ 21 milhões, além de 40 vagas de garagem do Centro Empresarial ao preço de R$ 2,6 milhões. Ainda segundo o deputado, a Comissão poderá abrir processo contra o reitor por desvio de finalidade de recursos públicos caso seja provado que se deixou de priorizar ensino e pesquisa dentro da universidade.