Giro Cultural abre a cidade para a USP

Atividade de extensão universitária agora possui roteiro com foco na São Paulo modernista
Visita ao Museu Paulista, conhecido como museu do Ipiranga (Foto: Barbara Monfrinato)
Visita ao Museu Paulista, conhecido como museu do Ipiranga (Foto: Barbara Monfrinato)

De um lado, uma cidade cujo desenvolvimento reúne elementos das mais variadas culturas que compõem a sua formação. De outro, e dentro dessa cidade, uma universidade, um microcosmo com membros oriundos de lugares variados. Como forma de aproximar esses dois universos – semelhantes em sua composição, mas muitas vezes caminhando separados –, surge o Giro Cultural USP, um projeto de cultura e extensão da Universidade de São Paulo.

Desenvolvido pela sua Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, o Programa Giro Cultural USP teve início no ano de 2012, com o objetivo de valorizar e principalmente divulgar à comunidade, interna e externa, toda a riqueza patrimonial e cultural da USP. Muitas vezes desconhecida pelos seus próprios frequentadores, a Cidade Universitária é o roteiro original de um passeio que conta um pouco da história da USP, percorrendo e apresentando todos os institutos que compõem o campus do Butantã.

Como desdobramento natural desse primeiro itinerário, surge mais recentemente um novo roteiro, que busca instigar seus participantes a estreitarem laços com a cidade que os abriga. “A USP e a São Paulo Modernista” é o nome desse roteiro, o primeiro realizado fora dos limites da Cidade Universitária.

Ricardo Uvinha, coordenador acadêmico do Programa, explica que a atual estruturação deste roteiro já foi delineada em 2012, com o intuito de “ofertar aos visitantes uma viagem no tempo e no espaço, dentro da cidade de São Paulo a partir do final do século XIX, com início no Parque da Independência e área externa do Museu Paulista, passando por importantes edifícios modernistas no centro da cidade (agora também com o Teatro Municipal e toda a sua simbologia com a Semana de Arte Moderna de 1922), até à chegada ao Museu de Arte Contemporânesa  no Ibirapuera, que pode ser lido como parte de uma verdadeira cidade modernista em SP, em conjunto com o Parque do Ibirapuera.”.

Ricardo também esclarece que “a diferença entre os roteiros é destacadamente ‘espacial’. Ambos procuram valorizar o patrimônio material e imaterial da Universidade, como parte do tripé de Cultura e Extensão (além de ensino e pesquisa) que compete à instituição.”.

Apesar da distinção dos roteiros, o público-alvo de ambos os passeios é o mesmo: a comunidade USP, os moradores de São Paulo e turistas que visitam a cidade. No entanto, o roteiro “A USP e a São Paulo Modernista” privilegiou, nos dias 20 e 26 de setembro deste ano, a comunidade universitária, em virtude da realização da 20ª Semana de Arte e Cultura, promovida pela Universidade de São Paulo.

O giro modernista pela cidade de São Paulo acontece regularmente, aos sábados, partindo às 10 horas da estação Alto do Ipiranga da linha verde do metrô. Conforme destaca Uvinha, as inscrições estão abertas a toda a população da cidade de São Paulo, bem como a seus visitantes, pois  “a proposta é atingir o público mais amplo possível”. Segundo o coordenador do projeto, todos os cinco sábados do mês de outubro de 2015 estão com as vagas já preenchidas.

A USP e a cidade
Participantes do passeio admiram vista do terraço do MAC (Foto: Giovana Bellini)
Participantes do passeio admiram vista do terraço do MAC (Foto: Giovana Bellini)

Ultrapassar os muros e levar membros da USP para um passeio cultural pela cidade de São Paulo é uma iniciativa bastante significativa, pois permite o encontro entre a comunidade universitária e a cidade, “o que traz ganhos didáticos e culturais a todos, reduzindo possíveis barreiras simbólicas e mesmo físicas entre a Universidade e a sociedade”, esclarece o coordenador do projeto.

Laura de Medina, estudante do Instituto de Química da USP, participou de uma das edições do Giro Cultural pela cidade e também destacou o fato do projeto ser uma forma de integração. “A Universidade abrir suas portas e se abrir para a sociedade, para a cidade, é o oposto do que a gente vê em uma instituição que cada vez cria mais barreiras ao seu acesso; nesse contexto, o Giro Cultural surge como uma quebra dessa realidade” conclui Laura.

A estudante ressaltou também a importância dos pontos escolhidos que, além de apresentarem aspectos culturais e históricos da cidade, instigam “os participantes a conhecerem mais a cidade além do próprio passeio”.

O coordenador do programa relata que o Giro Cultural não deverá, porém, ficar restrito aos dois roteiros até então desenvolvidos. Segundo ele, o projeto original “prevê e está aberto à ampliação de roteiros e à mobilização de distintos olhares, em termos de disciplinas científicas e temáticas”, cumprindo, assim, um papel relevante como atividade de extensão universitária.

Por Giovana Bellini