Falta de estrutura e de espaço para construção são os principais motivos para a mudança da faculdade para outra localização
A ideia do diretor é pensar em um espaço físico ao lado de novas condições curriculares, discutidas no Fórum de Graduação da faculdade. O novo projeto, no entanto, não vai esperar o fim das discussões: “O Fórum vai continuar, porque a ECA não acaba agora. Infelizmente não vai dar para fazer um e depois o outro”, disse. O professor José de Paula, membro da Comissão de Graduação, também manifestou-se favorável à ideia: “Creio que todos nós achamos uma boa oportunidade, porque as nossas instalações não foram feitas para receber a ECA”. Mas ponderou que o prédio só poderia ser feito “desde que resulte de um projeto, de um planejamento que atenda às necessidades gerais e específicas da ECA”.
Para incitar uma maior participação dos alunos e dos professores, Mauro Wilton encaminhou algumas perguntas a fim de reconhecer as demandas da obra. De Paula, entretanto, acredita que “para respondê-las de modo adequado teríamos que esperar o resultado do Fórum, que vai ser um indicativo daquilo que pensamos”. Mauro Wilton reconhece que não terá apoio de todos: “Eu não posso ter o consenso geral. Mas eu tenho o consenso básico de que vale a pena investir numa nova escola”. E complementa: “Eu quero ouvir o que os alunos, os funcionários e os professores têm a dizer sobre o novo prédio”.
Para a elaboração do projeto, que deve ficar pronto até o ano que vem, serão usados R$ 3 milhões liberados na gestão de Suely Vilela para a construção na prainha, citada anteriormente. O restante da verba ainda será definido pelo reitor.
Sobre a utilização do espaço atual ocupado pela ECA, Mauro Wilton diz não ter conversado com Rodas: “Qual é o plano dele aqui eu não sei, porque eu não quis perguntar. Não tocamos no assunto”, declarou. A Reitoria não quis se pronunciar, alegando que a Coordenadoria do Espaço Físico da USP (Coesf) passa por um “programa de planejamento de suas atividades”, após a mudança da coordenação em agosto deste ano.
Estrutura atual
“Hoje eu estou em uma situação precária”, diz Mauro Wilton. “A Música não se aguenta. Artes Cênicas não têm onde colocar cenário e figurino. Os alunos de Artes Plásticas não têm nem onde expor”. Os problemas de estrutura não se resumem aos prédios das Artes. Em agosto, o prédio central da faculdade pegou fogo. Além disso, a escola não possui auditórios suficientes para suprir a demanda.
“Estou cansado de pedir auditório para a FAU, para a FEA, para a Poli”, diz o diretor. “Nós estamos saturados. Para o novo curso de Educomunicação, nós vamos precisar aumentar os laboratórios. Para onde?”.