Após duas mudanças de local, feira acontecerá em rua da Cidade Universitária
Tradicional evento que reúne centenas de editoras oferecendo grandes descontos em seus produtos, a Festa do Livro da USP chega à sua 17ª edição. O evento, que acontecerá entre os dias 9 e 11 de dezembro, teve seu local alterado duas vezes este ano: a princípio, aconteceria na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), passando para a Praça do Relógio e se estabelecendo, finalmente, na Travessa C da Avenida Professor Mello Moraes, entre a Raia Olímpica e Praça do Relógio Solar, na Cidade Universitária.
Organizada anualmente pela Editora da USP (Edusp), a festa é um dos mais aguardados eventos do mercado editorial de São Paulo, reconhecida tanto pela qualidade editorial quanto pelos preços reduzidos – tradicionalmente, o desconto mínimo é de 50%, sendo que algumas editoras chegam a oferecer 80% em alguns títulos.
Segundo Márcio Pelozio, diretor da divisão comercial da Edusp, a Festa cresceu muito em termos de expositores e em público nos últimos anos, não podendo mais ser comportada em espaços fechados, como as previamente consideradas Poli e FFLCH. Espaços amplos e abertos tais quais a Praça do Relógio, por outro lado, também não são garantia de sucesso, principalmente por estarem sujeitos às condições naturais e climáticas.
“A Praça do Relógio era um sonho antigo, mas também não comporta a estrutura das tendas de mais ou menos 1200m², teriam que ser utilizadas tendas de 100m². Se chovesse, acabaria com a feira”. Além disso, não seria possível instalar o piso elevado necessário pra esse tipo de evento, e existem, no local, muitos formigueiros, cupins e outros empecilhos.
Diante de todas essas questões técnicas, foi escolhida a Travessa C em reunião entre a Edusp e a Prefeitura do Campus. Apesar de ser uma rua, o espaço possui a vantagem de ter uma frequência pequena de carros e ônibus, então seu fechamento não seria muito prejudicial para o trânsito na Cidade Universitária. Além disso, as tendas podem ser utilizadas ali – serão, ao todo, três tendas, totalizando uma área de 3600m² de infraestrutura coberta e preparada para a chuva.
“O gasto com a feira nesse local é muito maior, porque a estrutura tem que ser construída do zero”, explica Pelozio. O custo é dividido entre as editoras participantes, sendo a locação feita por bancada, de acordo com o espaço que cada expositor ocupa. Quanto ao resto da estrutura, haverá banheiros químicos no estilo “carreta” – que, ao contrário dos banheiros químicos comuns, possuem lavatório –, com onze cabines femininas e oito masculinas, além de food trucks.
A via já está interditada para a instalação, que deve começar a partir do dia 2 de dezembro, e permanecerá fechada até o dia 14, para que seja feita toda a desmontagem das estruturas provisórias no local.
Cosac Naify
Uma das atrações mais populares da Festa do Livro, a editora Cosac Naify, famosa por seus livros luxuosos e artísticos, anunciou no último dia 30 que fechará as portas. Quase 20 anos após a criação da empresa, seu fundador, Charles Cosac, comunicou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, devido a questões econômicas e dificuldades em dar prosseguimento ao ideal da editora da forma como ele foi instituído.
A princípio, a editora estaria incluída na lista de participantes da feira neste ano, mas uma reunião marcada com a Edusp para o dia 2 de dezembro confirmará sua presença ou ausência, diante do cenário atual.
A lista de editoras e seus catálogos será disponibilizada no site da Edusp nos próximos dias; neste ano, participarão do evento em torno de 150 editoras, com mais de 200 selos. A Festa é gratuita e aberta ao público.