Sem saber que está sendo seguido, um estudante com mochila nas costas e fones de ouvido desce do circular na estrada do mercadinho e vai para o portão de pedestres. É assaltado assim que sai da Universidade.
Essa é a forma mais comum de assaltos nessa região, perto da Vila Indiana, assim como nos entornos da saída da São Remo. Segundo Tadeu Ponicena, inspetor operacional da Guarda Universitária, é comum que os assaltantes fiquem no circular ou nos pontos observando os estudantes sozinhos que descem nos lugares desertos. A maior parte dos assaltos ocorre a partir das 18 horas, mas os estudantes devem ficar sempre atentos e procurar a guarda caso vejam algo suspeito.
Os furtos de carro ocorrem, normalmente, até meia hora depois de ele ser estacionado, independente da hora do dia. Os ladrões, em geral bem vestidos, ficam nos bolsões esperando modelos específicos chegarem e os roubam logo após o dono deixar o veículo, para não correrem o risco de serem flagrados. Os modelos mais roubados na dentro da USP são Peugeots 206 e 207, Gols e Palios.
As orientações da Guarda são para que se tenha, dentro da cidade universitária, o mesmo cuidado que se tem fora. “Aqui dentro, às vezes, as pessoas têm uma falsa sensação de segurança e acabam tendo descuidos, como esquecer de trancar o carro”, diz Tadeu. Para evitar roubos de carro, também é importante não estacionar muito longe da unidade freqüentada. Tadeu explica ainda que alguns lugares, como o parque esporte para todos, devem ser evitados durante a noite. Os estudantes devem procurar andar em grupos e, caso se sintam inseguros ou tenham necessidade de ir a lugares mais desertos à noite, podem ligar para o número (11) 3091-3222 e pedir o acompanhamento da guarda.
Tadeu discorda da idéia de que o maior problema no combate aos assaltos na USP é o fato da Guarda não ter poder de polícia. “Podemos abordar indivíduos suspeitos e detê-los em caso de flagrante, depois encaminhamos para a PM efetuar a prisão”, diz ele. Dia 13 de outubro, por exemplo, a Guarda Universitária enquadrou duas pessoas que haviam acabado de assaltar um aluno da Poli na estrada do mercadinho. “Um deles era menor, o que não é raro”, diz Tadeu. “Eles passam por instituições para menores infratores, onde não há reeducação efetiva, acabam voltando a assaltar”, explica.
O efetivo de 100 guardas tem treinamento em primeiros socorros, prevenção e combate a incêndio, abordagem segura e técnicas de defesa pessoal, mas não pode usar armas dentro do campus. Para Tadeu, isso torna a abordagem mais delicada, mas não chega a ser um grande problema.” Conduzimos diversas ocorrências e até hoje nenhum de nossos homens se feriu em serviço”, diz ele.