O canal que passa pela Escola Politécnica está sendo revitalizado. Além de suscitar mau cheiro, recebe poluentes do córrego Jaguaré em dias de tempestade e pode transbordar. Com as chuvas de verão se aproximando, as obras, trabalho conjunto entre a Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) e Sabesp, são relevantes para a comunidade da Poli.
Também conhecido como “Tejo”, o canal nasce na região da Praça do Relógio e termina no córrego Jaguaré, que por sua vez deságua no rio Pinheiros. Grande parte de seu trajeto é subterrâneo, porém, na altura do prédio da Engenharia Mecânica, um longo trecho fica exposto.
Nelson Carlos Assumpção Júnior, arquiteto da Cocesp, lembra que a responsabilidade dos transbordos não é só da USP, mas governamental. Ronaldo Guimarães, responsável pelo projeto na Sabesp, diz: “nosso papel é redirecionar esgoto para a rede de tratamento. A relação com inundações não faz parte de nossa função”.
Embora feito para receber águas pluviais, o canal ainda se encontra contaminado por esgoto. Técnicos da companhia atualmente procuram ligações irregulares na Cidade Universitária. Para Guimarães, em seis meses de trabalho as equipes terminarão de localizar tais pontos clandestinos.
O projeto também prevê a melhoria do entorno do canal. “Queremos deixá-lo em condições de uso e melhorar a estética”, resumiu Assumpção. De acordo com o Cocesp, serão plantadas 500 mudas de árvores nativas de mata atlântica e instaladas áreas de vivência.
Pelos padrões da Sabesp, o Tejo pode ser considerado despoluído. “Em análises mensais, a água consta por volta de dez miligramas de oxigênio por litro”, explica Guimarães, que estima uma quantia de 70 mil reais para “por o canal em dia”.
O canal delimita o “Além-Tejo” (Engenharia Mecânica, Mecatrônica, de Materiais, de Petróleo, de Minas e Naval) e o “Aquém-Tejo” (Engenharia de Produção, Civil, Química e Elétrica). Para alunos e funcionários, faz parte do cotidiano. “Ele pertence à cultura da Poli e é ponto de referência” conta Vitor Brumatti, aluno do 1º ano.