Ginásio de esportes da EACH completará um ano de interdição

Diretoria não esclarece caso aos alunos e SEF gastará o dobro em reforma

Quase um ano depois de sofrer interdição, o Centro de Estudos e Práticas de Atividade Física (CEPAF), complexo mais conhecido como Ginásio, continua fechado aos estudantes, professores e outros grupos que utilizavam a estrutura do campus Leste da USP, como projetos de extensão voltados para idosos e pessoas portadoras de deficiência. Em abril de 2012, a Diretoria da EACH lacrou o espaço e informou que a decisão foi tomada em conjunto com a Superintendência do Espaço Físico da USP (SEF), por problemas na execução e falta de fiscalização da obra.

Tenda é solução temporária para alunos e professores na ausência do Ginásio (Foto: Rodrigo Dias Gomes)
Tenda é solução temporária para alunos e professores na ausência do Ginásio (Foto: Rodrigo Dias Gomes)

Segundo o presidente da Atlética da EACH, Georges Evangelos, são diversas as deficiências estruturais visualizadas, desde antes da interdição. “Já era possível ver, por exemplo, goteiras formando bolhas e estragando os pisos de quadras, e mal funcionamento do aquecimento a gás, deixando os chuveiros gelados”, explica.

Para os alunos, uma das principais dificuldades após o fechamento do local é a falta de comunicação. Evangelos afirma que a Atlética chegou a pedir uma reunião com o professor José Jorge Boueri Filho [diretor da EACH], mas não houve retorno. “Da Diretoria, só recebemos silêncio. Eles são fechados para conversa”. O estudante Kaio, da graduação em Ciências da Atividade Física (CAF), relatou que teve recusada uma autorização de uso de uma sala inativa para um grupo de dança. “Eles [Diretoria] deixam os alunos de lado”, opina.

A professora Elizabete Franco, titular do curso de Obstetrícia da EACH, demonstra preocupação com o problema dos gastos envolvidos. “Nós ficamos apreensivos com a resposta dada pela SEF aos docentes, de que seria necessária uma reforma de 85% do espaço, com um orçamento similar ao da construção, de R$ 4 milhões”. Segundo ela, não ficou claro quem vai cobrir o prejuízo aos cofres públicos. “Disseram que a interdição aconteceu por erros de execução e falta de fiscalização da obra, e que a construtora [Teto] já responde a processos da USP, mas o que vai acontecer? Eles [construtora] vão devolver esse dinheiro todo?”, questiona a docente.

Enquanto as reformas não têm início, a Diretoria ergueu uma tenda alugada para atender às demandas do Ginásio. Kaio lamenta a situação. “Nossos professores são ótimos, as grades dos cursos são muito boas, mas a estrutura não corresponde”. O prazo oficial informado pela SEF para a entrega das novas obras é de 6 meses.

O Jornal do Campus tentou contato com a Diretoria da EACH e com o Superintendente de Espaço Físico da USP, Antonio Marcos de Aguirra Massola, mas enquanto a primeira responsabiliza a SEF pelo andamento das obras, o segundo não atendeu a reportagem.