Contratempos marcam TomorrowUSP 2017

Fila para o Tomorrowusp (Foto: Daniel Ferreira)

Diversas pessoas não conseguiram entrar em evento promovido pelo grupo estudantil Grêmio Politécnico, no último dia 23 de março.  A TomorrowUSP, como é chamada a festa universitária, que nesta quarta edição aconteceu na casa de shows Air Rooftop, no Vale do Anhangabaú, tinha o início previsto para às 23 horas, mas as filas de entrada se estenderam até às 3 da madruga.

Ingrid Menon, que cursa Têxtil e Moda na Escola de Artes, Ciências e Humanindades (EACH) , havia adquirido seu ingresso para a TomorrowUSP por meio do site vendas. Ela mora na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, e conta que saiu do seu bairro por volta das 23h30 para se dirigir ao centro da cidade. Ao chegar, estranhou o tamanho da fila e aguardou até às 3h, quando o portão se fechou e ninguém mais conseguiu acesso. Diante das reclamações, a equipe de segurança da casa de shows informou que nenhum organizador do Grêmio respondia ao chamado do rádio.

Um dos seguranças me mostrou um contador que apontava que aproximadamente 1330 pessoas já estavam dentro do local, mais do que o limite de capacidade. Logo pensei que eles tinham vendido mais ingressos do que poderiam. Porém, fui informada posteriormente por uma integrante do Grêmio Politécnico que eles não venderam ingressos a mais, e que a contagem de pessoas pela equipe de segurança foi ‘arbitrária’”, afirma Ingrid. Ela teve que solicitar o serviço de Uber para voltar para casa, uma vez que o transporte público não estava em horário de funcionamento. Seus gastos com a noite somaram, aproximadamente, 150 reais. Os 95, despendidos com o ingresso, foram ressarcidos por meio do site de vendas dos convites.

Sophia Pawlaski, estudante de Engenharia de Produção da Escola Politécnica (Poli), também teve os planos para a noite cancelados devido ao acontecimento. Ela havia feito aniversário durante a semana, e pretendia comemorar com os amigos na sexta-feira. Ela conta que, na madrugada, “os seguranças passaram gritando na fila que ninguém entraria a partir daquele momento e foi só”.

Para Analu Urbano, assistente de marketing, moda e mídias sociais, houve falha na comunicação com o público. “Não sei se a culpa da superlotação foi da equipe de organização ou da casa, mas sei que foi um descaso com as pessoas”, afirma. “Eles deviam ao menos ter dado uma posição a todos que ficaram lá esperando por três horas ou mais”.

Contudo, quem conseguiu entrar na festa disse não ter achado a casa lotada. George Emiliano, aluno da Poli, elogiou a noite e afirmou que “a circulação de pessoas era sossegada e não existiam filas para pegar bebida”.

VERSÃO DO GRÊMIO

Em nota publicada em sua página do Facebook, o Grêmio Politécnico alegou que houve “descumprimento estrito dos contratos e instrumentos firmados” por parte da casa de shows contratada, uma vez que ela “arbitrariamente restringiu o acesso dos convidados em número absolutamente inferior ao previsto”. Em um pedido de desculpas a todos os prejudicados, a entidade prometeu devolver o dinheiro gasto àqueles que não conseguiram participar da festa.

Em conversa posterior com a reportagem do JC, o grupo reiterou que “a quantidade de pessoas que tiveram acesso ao espaço do evento foi menor do que o número previsto em contrato estabelecido com a Casa”. Eles confirmaram o ressarcimento dos valores dos ingressos, e estudam “a possibilidade de conceder benefícios adicionais com a finalidade de amenizar os transtornos causados”. Quando questionados, disseram estar avaliando processar a casa de shows.

VERSÃO DA CASA

A casa contratada, Air Rooftop, fica na Rua Formosa, centro de São Paulo. A equipe que coordena o local  alegou estar agindo com total transparência,  respondendo a todos que entraram em contato a respeito do caso. Porém, eles não deram mais explicações sobre o acontecimento até o fechamento desta edição.