Times lamentam o fim do horário estendido

O fim do horário estendido no Centro de Prática de Esportes da USP (Cepeusp), ainda que provisório, prejudica o planejamento das Atléticas de toda a Universidade. O período é cedido pelo centro esportivo além do horário de funcionamento para a preparação das equipes. Sem os treinamentos das 21h30 às 23h30, muitos times estão sendo prejudicados com a medida.
“Há equipes que só conseguem treinar no horário estendido por causa de aula ou trabalho. É o único momento que dá para juntar todos os atletas”, conta Thiago de André, aluno do 7º ano da Escola de Comunicações e Artes e jogador de handebol.  “Desde 2003, quando entrei aqui, há o horário estendido”.

Um das unidades que mais utiliza o horário é a Escola Politécnica (Poli). Diretor de Esportes, Caio Tanaka destacou que os treinos ficam vazios. “Alguns times treinam sem técnico e quem trabalha não chega a tempo. Em alguns casos, alugamos quadra, mas há o custo de até R$600,00 por mês com uma só modalidade”, completa Tanaka.

O funcionamento de Cepeusp depois das 21h30 não é regularizado. A Laausp, responsável pelas reservas das quadras, dava uma contribuição financeira a um funcionário do centro esportivo para que ficasse até tarde. A Universidade, porém, corria o risco de enfrentar questões trabalhistas em caso de acidente ou cobranças.

O fato desagrada o Sindicato dos Trabalhores da USP (Sintusp), que considera o horário irregular. “Não pode haver hora-extra para um funcionário. O que serve para um, serve para todos”, reclamou Zelito Santos, diretor do Sindicato e eletricista do Cepeusp. Por outro lado, ele não vê problemas caso o horário seja regularizado.

Diretor do Cepeusp, Carlos Bezerra, disse que o objetivo é consolidar o horário estendido como parte do funcionamento. “Estamos nos pre­­­cavendo para oficializar, criar a estrutura, contratar funcionários que cubram o período e abrir para todos os alunos”, afirmou Bezerra.

O diretor cobra, todavia, a reestruturação da Laausp, que passará por processo eleitoral. Segundo Pedro Din, presidente do Conselho da Liga, um projeto está sendo elaborado para mostrar a importância do horário estendido para as Atléticas. Este será encaminhado junto com o Cepe para a reitoria.

Seleções USP

O cancelamento do horário afeta também as Seleções da USP, formadas pelos melhores atletas de cada escola, uma vez que o período noturno é o único comum todos. “As seleções são muito prejudicadas, pois são compostas de alunos de diversos cursos e não há recursos para pagar quadras alugadas”, finalizou Thiago. “É até um contra-senso pagarmos se temos um lugar como o Cepeusp”.