Na manhã desta quinta-feira (19) alunos da Faculdade de Economia e Administração (FEA) se reuniram em frente à reitoria para pedir maior segurança no campus. O ato é uma reação ao assassinato de Felipe Ramos Paiva, aluno do 5º ano de ciências atuariais, ocorrido na noite da quarta-feira (18) no estacionamento da FEA.
As principais exigências são maior iluminação e mais guardas capacitados a defender os estudantes. Alunos afirmam que não é o primeiro caso de violência no local. “Um amigo meu sofreu um sequestro relâmpago no mesmo local semana passada” relata um estudante do 1º ano de Administração noturna.
Diante da manifestação, a única declaração da reitoria foi que eles analisariam a carta aberta elaborada pelo ao Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC) da FEA, organizador da manifestação, e entrariam em contato.
Na carta, o centro acadêmico da FEA lamentou a morte de Felipe: “A perda de nosso colega estudante escancara de maneira lamentável a necessidade de se debater a segurança no cotidiano universitário”.
Medidas Polêmicas
Antes mesmo do assassinato de ontem à noite, a diretoria da FEA já vinha tomando medidas contra os assaltos recorrentes. De acordo com o diretor, Reinaldo Guerreiro, em no máximo quatro meses a faculdade irá contar com catracas para controlar a circulação de pessoas. “É inconcebível o número de assaltos na FEA. Só deve entrar aqui quem tiver um motivo. Se você não é da comunidade USP você tem sim que se explicar”. Quando questionado sobre o fato de a USP ser uma universidade pública, o diretor rebateu alegando que qualquer prédio público tem controle de quem entra e sai. “A Receita Federal não tem controle? O Palácio do Planalto não tem controle? Aqui é prédio público mas não é casa da mãe joana”.
A medida faz parte de um plano de segurança que prevê câmeras em lugares estratégicos, monitoramento de locais de grande circulação e o reforço com grades em lugares vulneráveis.
No entanto, as medidas geraram polêmica entre os estudantes. “Acho que a catraca estigmatizaria ainda mais a imagem da FEA. É como se ela fosse uma redoma, já que não dá pra mudar lá fora vamos montar o mundinho da FEA” critica o estudante de economia Rafael Perazza. Alguns alunos também questionam a eficiência do plano: “eles instalam câmera em todas salas de aula e são incapazes de por um poste de luz no estacionamento” afirma Flávia Leite, também estudante de economia. De acordo com a diretoria da FEA, o espaço do estacionamento é de responsabilidade da Prefeitura do campus.
O CAVC ainda não possui um posicionamento concreto sobre a questão das catracas ou de outras possíveis medidas, como a presença da Polícia Militar no campus. Hoje à tarde haverá uma reunião entre alunos e entidades para discutir que posição será tomada pelos alunos da FEA.