A chuva impossibilitou o andamento dos jogos no CEPE , nos dias 16 e 17 de março. A final da Copa dos Campeões, que aconteceria no dia 17 entre o Basquete Feminino da FEA x Seleção USP, e o Handebol Masculino da FEA x Seleção USP tiveram que ser remarcados para o sábado seguinte. Vários jogos do Bichusp também foram adiados.
O cancelamento de jogos por causa da falta de manutenção dos tetos nos Módulos Poliesportivos do CEPEUSP é algo recorrente, tanto que o problema das chuvas já está previsto no regulamento dos campeonatos. Stela Faustino, presidente da Liga Atlética Acadêmica da USP (LAAUSP), conta que em dias de chuva, a partida é paralisada se houver goteiras na quadras. Está prevista uma espera de 30 minutos para que a quadra fique em condições de uso com o enxugamento do piso. Passado este tempo, a partida é remarcada.
Para Stela, o cancelamento dos jogos prejudica o fim do campeonato e coloca partidas finais nas primeiras semanas de férias. Stela conta que como alternativa, se busca quadras fora da USP para realização dos jogos, como o Colégio Assunção, ou a quadra da Medicina, sujeito sempre a disponibilidade deles . “Em um treino podemos ‘desviar’ das goteiras; em um jogo, não” finaliza a presidente da LAAUSP .
Tainá Portela , DM (Diretora de Modalidade) do basquete da FEA, conta da frustração de ter a final da Copa dos Campeões de sua equipe adiada: “Não é nada cômodo ter que remarcar, adiar ou até mesmo cancelar compromissos para estar presente na nova data.” Tainá também ficou preocupada com os acidentes que poderiam acontecer, já que houve momentos em que as jogadoras escorregaram durante a partida porque a quadra estava molhada.
O técnico do basquete feminino da FEA, Orlando de Sales Castro Junior, disse que já perdeu a conta de quantas vezes a chuva cancelou treinos e jogos. “Não consigo entender o aparecimento de goteiras nas quadras, mesmo em dias sem chuva.” “Fica aquele sentimento de que a USP poderia oferecer algo melhor e que há um certo descaso com o esporte universitário e o tempo de lazer do aluno”, lamenta o técnico.
Adriana Marcondes, professora do Instituto de Psicologia da USP, conta que faz diferença para o esportista viver uma situação dessas devido a um imprevisto, ou a um descuido.“Não posso afirmar como estão as condições do CEPEUSP. Se isso foi algo momentâneo, é uma coisa, se está sendo estrutural, é outra. Sabemos na Universidade, que os descuidos vêm de todos os lados. Mas sabemos que a questão da discussão da verba para manutenção e para sensibilização da necessidade de cuidado, é necessária.” Adriana conclui que o descuido pode fortalecer o sujeito para lutar para que as práticas sejam cuidadas, ou enfraquecer o atleta, que passa a achar que as coisas são assim mesmo e desanima.
Seguem pendências
Em reportagem realizada pelo Jornal do Campus, em abril de 2010, a arquiteta responsável pelo setor de Projetos da Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf), informou que a obra para reforma dos módulos começaria em 2012 e duraria até 2013.
O diretor do CEPE, Carlos Bezerra de Albuquerque disse que existe uma manutenção paliativa, mas que esta manutenção nunca foi definitiva, por isto a queixa das goteiras é permanente. O professor conta que está no CEPE há 25 anos e sempre ouviu reclamações. Bezerra informou que o projeto de licitação começou em 2012 e que a coordenação e acompanhamento de reforma dos Módulos do CEPEUSP é da Superintendência do Espaço Físico (SEF), através de seu Superintendente, o professor Antonio Marcos de Aguirra Massola.
O JC tentou fazer contato com a SEF, mas o superintendente do órgão não atendeu a reportagem até o momento.