Aumento de casos na região leva Prefeitura do Campus a tomar providências de combate aos focos na Universidade
O aumento dos casos de dengue na região da Zona Oeste de São Paulo não exclui o campus Butantã da USP. Com 7,44 km² de extensão, a Cidade Universitária possui muitos focos da doença e também mantém um ritmo de aplicação de políticas de prevenção que não impede que as 80 mil pessoas que circulam diariamente no campus corram riscos. Os primeiros casos já estão sendo contabilizados.
Pedro Hartfiel Pereira, aluno do 7° semestre de Gestão de Políticas Públicas da EACH, foi diagnosticado com dengue no último dia 13 e acredita que foi infectado dentro do campus, embora não haja certeza disso. Com aulas provisórias no prédio de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica desde 31 de março, ele e seus colegas de curso estavam sendo picados por muitos mosquitos ultimamente, fato que os fez começar a usar repelentes. No sábado, 12, sentiu muita dor na cabeça e no corpo, além de enjoo e mal estar. “Fui ao hospital no mesmo dia e não obtive diagnóstico. Voltei no domingo e minhas plaquetas já estavam num nível muito baixo, e o médico disse que eu estava com dengue mesmo. Fiquei uma semana de repouso”, relata.
O surgimento de casos positivos de dengue no campus e a presença excessiva de mosquitos motivaram a Prefeitura da Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira” a realizar vistorias técnicas a todas as unidades, onde foi constatado que ações mínimas para eliminar a ação de criadouros do Aedes aegypti não estavam sendo tomadas. No dia 9 de abril, foi enviado aos funcionários do campus um e-mail solicitando a adesão à campanha “10 Minutos Contra a Dengue”, que sugere que sejam feitos pequenos atos diários para a limpeza de possíveis criadouros do mosquito. Os pontos críticos são depósitos de lixo, plantas e jardins, caixas d’água, calhas e lajes, tonéis e depósitos de água.
A Prefeitura afirma que é realizada uma fiscalização periódica pelo campus em busca de focos. Segundo a Assistência Técnica de Relações Institucionais, “no momento da vistoria são realizadas aspirações entomológicas (para captura e posterior identificação dos mosquitos), coleta de larvas, eliminação dos criadouros encontrados e, em locais como o espelho d’água da Praça do Relógio onde existe a dificuldade de eliminação da água parada, realizada a colocação de hipoclorito de sódio (água sanitária) para eliminação de larvas do mosquito.”
Além disso, a Prefeitura mantém uma parceria com a Faculdade de Saúde Pública (FSP) que visa criar estratégias de prevenção que contemplem a complexidade do campus. No período de 2009 a 2012, uma equipe da FSP concluiu que a frequência do mosquito Aedis aegypti foi de 25,9%. Os principais pontos do campus onde os mosquitos vetores da doença foram encontrados são as proximidades do Instituto de Física, a Portaria 3 e o Hospital Universitário (veja mapa acima).