CRUSP continua com acesso à internet precário

(Foto: Ian Alves)

Rede é instável e ainda não contempla todos os apartamentos da moradia estudantil

Por Ian Alves e Rafael Castino

As redes de internet do Conjunto Residencial da USP (Crusp), local de moradia para diversos estudantes de graduação e pós-graduação, são instáveis, segundo relatos de alunos.

Próximo às dependências do Crusp existem diferentes tipos de sinais wireless disponíveis — a USPnet, a rede “eduroam” e redes exclusivas para cada bloco da moradia. Segundo a moradora Rafaela Marques, porém, tanta variedade para o uso da internet não é refletida na prática. “No Bloco B, onde moro, não pega nada. Quando preciso usar a internet, tenho que ir pra a Brasiliana ou pra FFLCH”, afirma.

Além de o funcionamento da rede ser afetado pela localização de cada moradia — apartamentos em andares superiores têm mais dificuldades para realizar a conexão — os horários diários influenciam no uso e na qualidade da internet no Crusp. Segundo o residente Giovanni Garcia, “dependendo do horário, você consegue usar melhor a internet por dividir a conexão com menos pessoas. Na parte da manhã, em alguns períodos da tarde e durante a madrugada, por exemplo, a rede funciona bem. Já no fim da tarde e à noite o sinal fica inviável”.

Para além do lazer, a internet no Crusp é importante para o estudo e desenvolvimento de pesquisas. Porém, devido aos problemas de conexão, muitos alunos acabam abdicando da  rede oferecida pela Universidade e optam pelo uso do pacote de dados móveis dos celulares, mais cara.

“Não posso deixar afazeres da faculdade que necessitam de uma boa internet para serem feitos em casa, porque você nunca sabe se vai ter conexão e se vai dar tempo de fazer e entregar tudo no prazo”, comenta Bruna Gallo, residente do Crusp desde 2014. “Também é ruim para a  comunicação com amigos e a família, principalmente quando a família mora longe”, acrescenta.

Segundo João Eduardo Ferreira, responsável pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), órgão que cuida das questões relativas às redes de internet do campus, existe, atualmente, um projeto de reestruturação da rede de Wi-Fi na região do Crusp, que conta com duas etapas.

A primeira, iniciada no final de novembro, corresponde ao fortalecimento da rede Wi-Fi nas salas de estudo da moradia. Já a segunda, prevista para o final de junho de 2018, refere-se à instalação de cabeamento próprio de internet em cada um dos prédios do CRUSP, que representaria um sistema mais eficaz de internet para os residentes.

Até a finalização desse projeto, a STI oferece assistência técnica em casos de problemas com a internet dentro da Cidade Universitária. O atendimento pode ser solicitado através do e-mail atendimentosti@usp.br ou pelo telefone 3091-1818. Em casos extremos, também é possível solicitar uma visita de um analista da STI a locais do campus.

Outras moradias

Na moradia estudantil da Unicamp,  os moradores costumam contratar serviços particulares de internet, já que a rede universitária, também eduroam, não abrange a moradia.. Isso acontece porque, diferentemente da Cidade Universitária da USP, a moradia fica fora do campus, a cerca de 2km de distância.. “Cada um tem um tipo de internet: algumas casas têm servidor, outros contratam serviços como a NET, mas nada relacionado à Unicamp,” afirma a aluna e residente Anne Alves.

Na Unesp, por sua vez, a internet utilizada pelos moradores é a mesma disponibilizada no campus, e costuma funcionar normalmente. A aluna Beatriz Santana afirma, contudo, que “acontece da rede cair aos fins de semana e ficarmos desconectados até segunda-feira”.

Questionado sobre a possibilidade de se instalarem redes privadas de internet nos apartamentos do CRUSP, João Eduardo Ferreira afirma que  essa ação precisaria ser aprovada em Conselho Deliberativo da USP.