Natação Inclusiva permanece na EEFE

(Foto: Rafael Castino)

Garantia de disciplina foi conquistada a partir de luta estudantil e comunitária

Por Rafael Castino

Existente desde 1995, o curso de Natação Inclusiva, que faz parte da extensão  na Escola de Educação Física e Esportes (EEFE) da USP, sofreu risco de acabar neste ano. Com a aposentadoria da professora responsável Elizabete de Matos, departamento e diretoria começaram articulações para suspensão das aulas. No entanto, a luta estudantil e comunitária conquistou a permanência da disciplina nos próximos semestres.

A justificativa do Departamento de Esportes para o fim do curso era a falta de docentes dispostos a tomar as rédeas do projeto e o posicionamento de alguns educadores em favor do fechamento. Porém, um outro grupo de professores se mostrou disposto a assumir a disciplina. Por conta disso, alunos e comunidade reuniram-se para uma série de ações pela permanência do curso. As manifestações incluíram mobilização na internet — com a criação da página no Facebook chamada “Fica Natação Inclusiva” — e articulações políticas com a vereadora Sandra Bonfim (PSol).

“Um dos alunos do curso procurou o Ministério Público (MP) através da Procuradoria para Pessoa com Deficiência, que abriu um inquérito de investigação sobre a possibilidade do fechamento do curso. Este inquérito estabeleceu uma forte pressão para que a direção e o departamento pudessem rever sua postura inicial”, explica Danilo.

Com alunos e MP pressionando, o departamento voltou atrás em sua decisão. Articulando 5 responsáveis para assinar as comissões obrigatórias, o curso de Natação Inclusiva ficou apto a ser oferecido no próximo semestre.

Os estudantes ficaram sabendo sobre a renovação pelo edital aberto pela Diretoria de Cultura e Extensão. No documento, estavam disponíveis vagas de estágio para disciplina de Natação Inclusiva durante o próximo semestre.

Importância

Há 27 anos, o curso de Natação Inclusiva começou a ser oferecido na USP. Em seu início, a disciplina atendia apenas portadores de deficiências físicas, mas a partir dos anos 2000, passou a acolher também alunos portadores de deficiência intelectual e sensorial.

O nado é uma atividade física com benefícios terapêuticos, recreativos,  fisiológicos e psicossociais aos que praticam. Em relação aos estudantes da EEFE, a disciplina colabora para o contato com portadores de deficiência no ramo da Educação Física.

Rita Schmidt, mãe de Jéssica Schmidt, aluna do curso, explica que “o momento da Natação Inclusiva é único para os participantes da aula, e muitos alunos não encontram espaços de inclusão social como o da disciplina.”