Apesar da dobradinha copa-olimpíada e de propaganda, problemas internos questionam novo milagre brasileiro
Otimismo e questionamentos
No dia 12 de novembro, a revista norte-americana “The Economist” publicou mais de 10 páginas sobre o Brasil. As reportagens elogiaram a economia e a política brasileiras. Intitulada “Brazil takes off” (em inglês, “Brasil decola”), a matéria principal, por exemplo, afirma que o país “parece ter subitamente feito sua estréia no palco mundial”. Essa cobertura soma-se a outras manifestações de otimismo na mídia internacional.
Outro exemplo é o da revista alemã “Der Spiegel”. No último dia 25, publicou a manchete “’Pai dos Pobres’ provocou milagre econômico no Brasil”, referindo-se ao governo Lula. Também são vistos com otimismo pelos noticiários fatos como a escolha do Rio de Janeiro para sediar os jogos Olímpicos de 2016 e a expectativa de crescimento do PIB brasileiro para 2009 e 2010 (superando o crescimento dos EUA).
Em contrapartida, também têm repercussão internacional casos como o apagão do dia 10 de novembro e o abatimento de helicóptero da Polícia Militar. Esses fatos “atrapalham a construção da imagem positiva do país no exterior”, segundo José Álvaro Moisés, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Nesse cenário, o presidente Lula endossa o discurso de otimismo em relação ao país. Em declarações oficiais, por exemplo, ele afirmou que a crise econômica mundial atingiria o Brasil como uma “marolinha”. Este ano, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” de 22 de outubro, o presidente reiterou essa afirmação.