Desperdícios no bandejão

Dois empregados da Coseas avessos à imprensa. Ambos canequeiros. Fato raro. A maioria dos usuários do bandejão gasta copo plástico.

Em meia hora de observação, é possível contar quantos usam canecas no bandejão Central. Entre pessoas, mochilas e bandejas devolvidas, é difícil detectar as reluzentes canecas laranjas; apenas 17,24% das pessoas vistas as utilizam.

Os motivos da escassez de canecas são diversos. Uns não sabem onde comprar. Outros reclamam da política de venda. “Se quisessem poupar copinhos, seria justo doarem a caneca”, diz William, estudante do primeiro ano de Letras.

Há também o gasto de papel, com guardanapos não utilizados e consumo de tíquetes. No primeiro caso, a solução é simples: nos restaurantes da Física e da Química, apenas um guardanapo é entregue. Já para os tíquetes, a carteirinha magnética dos uspianos poderia ser usada para debitar a quantia de cada refeição. Segundo Rosa Godoy, coordenadora da Coseas, “os tíquetes de papel são considerados obsoletos e há um projeto para implantação de controle eletrônico nos restaurantes”. Mas não há detalhes sobre tal projeto.

Ocorre, além disso, o desperdício de comida. Nem sempre o que foi servido é consumido. E o que sobra vai para o lixo. Embora os alimentos não colocados nas bandejas sejam doados, parte das mais de 60 toneladas mensais de alimentos de que os restaurantes dispõem não é aproveitada.

Apesar da Coseas afirmar que há um treinamento dos funcionários para colocarem nos pratos apenas quantidades planejadas por nutricionistas, o que se vê é que não há um padrão.